No mundo dos investimentos, tudo gira em torno do risco. Do cartão de crédito gratuito à apólice de seguro de vida, passando por ações e derivativos, etc. O mercado financeiro é, essencialmente, um ambiente de troca de riscos entre pessoas, empresas, governos e instituições. Cada decisão envolve uma estimativa — calculada ou emocional — sobre o futuro.
Desde que Harry Markowitz apresentou a teoria da diversificação eficiente em 1952, aprendemos que distribuir os investimentos em ativos não correlacionados reduz a volatilidade. Mas será que volatilidade realmente significa risco?
“O risco vem de não saber o que você está fazendo.” — Warren Buffett
Entendendo o verdadeiro risco
Risco não é apenas uma oscilação de preço; é a possibilidade de não alcançar seu objetivo dentro de um prazo definido. A volatilidade, por outro lado, mede apenas os altos e baixos do preço de um ativo, sem considerar metas ou prazos específicos.
E aqui começam os problemas:
Primeiramente, a volatilidade trata ganhos e perdas da mesma forma, mas, para você, perder R$ 1.000 dói muito mais do que ganhar R$ 1.000.
Outro ponto relevante: Ela não considera seu objetivo final, apenas variações absolutas.
Assim como, a volatilidade ignora a ordem dos eventos. Isto é, doze dias de queda seguidos ou distribuídos ao longo do ano são tratados como iguais, mas, na prática, não são.
Em um mundo de investimentos, você precisa de um norte. Todo ativo deve ser comparado a um índice de referência (benchmark) ou, no mínimo, ao desempenho médio do mercado.
O caminho importa mais do que o resultado final
Nos investimentos, diferentemente de uma roleta de cassino, o passado influencia o futuro. Se um ativo perdeu muito valor ontem, ele pode carregar esse peso amanhã. Isso se chama path dependency — a dependência do caminho percorrido.
Imagine dois investidores. Um escolheu ativos que caíram pouco durante uma crise, enquanto o outro acumulou quedas profundas. Quando o mercado começa a se recuperar, os ativos do primeiro tendem a subir com mais força.
Por isso, não basta apenas diversificar. É preciso rebalancear sua carteira, garantir que seus ativos estejam alinhados com seus objetivos e, principalmente, evitar um erro comum: deixar perdas consecutivas afetarem suas decisões futuras.
Risco coletivo e decisões individuais
O maior desafio para um investidor não é apenas lidar com seu próprio risco, mas também com o risco coletivo — aquele que afeta o mercado como um todo. É fácil entrar em pânico quando todos ao seu redor estão vendendo, mas são nesses momentos que surgem as melhores oportunidades.
Diversificar, analisar com calma e rebalancear sua carteira são passos essenciais para navegar por períodos de incerteza.
O valor do consenso profissional
Investir é uma trilha de longo prazo, e seguir uma única opinião pode ser perigoso. As análises dos especialistas servem como bússola para atravessar mares turbulentos. Em vez de apostar tudo em uma visão isolada, procure ouvir diferentes perspectivas. O consenso entre profissionais experientes pode oferecer mais clareza do que qualquer palpite individual.
Na dúvida, busque orientação confiável. E lembre-se: crises vêm e vão, mas os fundamentos de uma boa estratégia permanecem.
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Seu futuro financeiro agradece!