COTAÇÃO DO DÓLAR HOJE:
10:05 – Dólar comercial (compra): -0,80%, cotado a R$ 6,07.
Na sessão anterior…
Na última quinta-feira, 19 de dezembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 2,32%, cotado a R$ 6,12.
O que influencia o dólar?
O dólar caiu no último pregão devido às intervenções do Banco Central (BC), que realizou leilões para conter a valorização da moeda. Novos leilões estão programados para esta sexta-feira (20), incluindo até US$ 3 bilhões no mercado à vista e US$ 4 bilhões em leilões de linha.
Além disso, a aprovação em 1º turno, tanto na Câmara quanto no Senado, da PEC do corte de gastos trouxe otimismo ao mercado, embora a confiança dos investidores ainda seja limitada pelo ceticismo quanto à eficácia das medidas fiscais.
Já no exterior, a resiliência da economia dos EUA e a postura do Federal Reserve (FED) em manter juros elevados favorecem o fortalecimento do dólar, atraindo capital para ativos americanos.
Com isso, analistas indicam que essa dinâmica torna o Brasil mais suscetível a riscos fiscais internos, ressaltando a necessidade de avanços concretos na agenda fiscal para estabilizar o câmbio.
Brasil
Nesta sexta-feira (20), o mercado financeiro local está com agenda de indicadores esvaziada. No entanto, a agenda de eventos está cheia!
Arthur Lira (Progrssistas-AL) fará um café com jornalistas, às 9:00. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), também promove um café com jornalistas, mas às 10:00.
Às 12:30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) se reúne com ministros e às 15:00, Roberto Campos Neto faz balanço de seu mandato no Banco Central (BC).
Leilão de câmbio do BC
Diante da recente disparada do dólar, que atingiu R$ 6,30 antes de recuar, o Banco Central intensifica ações no câmbio, planejando leilões de até US$ 7 bilhões nesta sexta-feira (20). Esta ofensiva marca o maior esforço histórico no regime de câmbio flutuante, com intervenções que somam US$ 27,760 bilhões em dezembro.
Até ontem, o BC já injetou US$ 13,760 bilhões no mercado à vista, consumindo 3,5% das reservas cambiais, segundo o Broadcast.
Na quinta-feira (18), a intervenção recorde de US$ 8 bilhões superou o dobro do recorde anterior, registrado em março de 2020.
Conforme explicado por Roberto Campos Neto, o fluxo de saída de dólares está acima da média, impulsionado por fatores sazonais e fuga de risco. A pressão de fim de ano inclui remessas ao exterior e movimentos descoordenados de agentes financeiros.
Galípolo rebateu a tese de ataque especulativo defendida por Haddad, enfatizando que o mercado não atua como um bloco único. Ele destacou que oscilações favorecem alguns agentes enquanto prejudicam outros.
Os comentários de Galípolo, aliados à “atuação-monstro” do BC e ao avanço do pacote fiscal na Câmara, ajudaram a aliviar a pressão no câmbio, trazendo otimismo moderado ao mercado.
PEC do pacote fiscal
Após dificuldades iniciais, o governo garantiu apoio para aprovar a PEC fiscal, supostamente oferecendo R$ 5 milhões em emendas por parlamentar na Saúde.
A estratégia resultou em 18 votos do PL de Bolsonaro, permitindo a aprovação com ampla margem: 344 e 348 votos nos dois turnos, acima dos 308 exigidos.
Apesar da vitória, houve dissidências internas. Três deputados do PT e toda a bancada do PSOL votaram contra: Rui Falcão (PT-SP), Marcon (PT-RS) e Natália Bonevides (PT-RN).
À noite, o Senado aprovou a PEC, mantendo a versão desidratada pela Câmara.
No entanto, a proposta para combater supersalários no setor público saiu enfraquecida, representando uma derrota para Haddad e mantendo brechas para remunerações altas.
Os R$ 70 bi do pacote fiscal
O Ministério da Fazenda projeta que o pacote fiscal trará economia de R$ 70 bilhões em dois anos, mas especialistas estimam entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. O cálculo ainda deve ser ajustado após o Congresso desidratar 19 trechos do pacote.
Dario Durigan, secretário adjunto de Haddad, afirmou que a meta inicial de R$ 71,9 bilhões foi quase mantida. Ele destacou economias no BPC, estimadas em R$ 2 bilhões anuais, devido a critérios mais rigorosos para concessão do benefício.
No Fundeb, o uso de até 10% da complementação para escolas integrais gerará economia de R$ 5 bilhões em 2025. Contudo, o governo perdeu no ajuste do FCDF e adiou mudanças na previdência militar, somando perdas de R$ 3 bilhões.
Mesmo assim, Durigan prevê compensações futuras, especialmente com a nova regra do salário mínimo, mantendo otimismo sobre o impacto fiscal do pacote.
Orçamento
O relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), senador Angelo Coronel, adiou a votação do parecer para fevereiro, após o recesso parlamentar. A decisão pode estar ligada às negociações que antecedem a reforma ministerial, permitindo mais clareza nos acordos para destinação de recursos.
Coronel afirmou que o adiamento não se deve à reforma, mas reconheceu dificuldades para aprovação ainda este ano.
EUA
Nesta sexta-feira (20), o mercado norte-americano observa o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) de novembro, gastos com consumo e renda.
Além disso, o sentimento do consumidor em dezembro, pelo índice da Universidade de Michigan.