Nesta quarta-feira (18) foi lançado, no Palácio do Planalto, o “Manifesto Nacional de Mobilização dos Homens Públicos pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Meninas”. O evento foi promovido pelo Movimento Mundial HeForShe (ElesPorElas), pela ONU Mulheres, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Ministério das Mulheres.

O manifesto simboliza a mobilização de homens públicos pelo Feminicídio Zero e atuação em situações de abuso e violência, promovendo uma cultura de respeito e igualdade em todos os espaços. “Nós não queremos que esse seja apenas um ato. Nós queremos que seja uma ação contínua, cotidiana, de todas as pessoas e de todos os homens. Nós estamos num grande desafio neste país que é vencer o ódio contra as mulheres. Por isso que essa ação é tão importante”, destaca a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. “Nós temos dito na campanha do Feminicídio Zero que não pode ser só as mulheres. Ou nós mudamos a sociedade brasileira, ou nós não vamos mudar este país. Então nós precisamos tomar a decisão do que nós vamos fazer frente a isso que está acontecendo. É assinar um documento e pronto, acabou? Ou teremos ações cotidianas que ajudem a enfrentar esse processo e nos ajude a vencer essa guerra que está sendo colocada contra as mulheres neste país?”, enfatiza a ministra.

O objetivo é unir esforços e compromissos para ampliar a causa do combate à violência contra as mulheres e meninas. A ideia é estimular homens públicos a lançarem manifestos em todos os estados do país e pactuar ações que possam contribuir com a redução dos casos de violência. Entre as autoridades que assinaram o documento,o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente da Conab, Edegar Pretto, os ministros Wellington Dias (MDS) e Paulo Pimenta (Secom). Também aderiram ao manifesto representantes do Poder Judiciário, parlamentares e dirigentes de estatais e de autarquias federais.

“É muito bom ter a oportunidade de dirigir a palavra a homens, porque não são só as mulheres que sofrem com a questão dos papeis de gêneros e com as discriminações. Os homens também são afetados”, lembra a representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino. “Os homens, em seus espaços de poder e decisão, têm a obrigação de promover os direitos das mulheres, de enfrentar a tolerância institucional pela violência contra as mulheres, porque a gente vê isso reflitido nas instituições e no cotidiano”, frisa Querino.

Segundo informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, o Brasil registrou um estupro a cada seis minutos em 2023, sendo que 70% das vítimas são meninas menores de 14 anos e 64% dos agressores são familiares. Além disso, 1.467 mulheres foram mortas pelo fato de serem mulheres. No ranking dos cinco estados com maior índice de feminicídios estão São Paulo (221), Minas Gerais (183), Bahia (108), Rio de Janeiro (99) e Rio Grande do Sul (87).

“A luta das mulheres não é só das mulheres, é de toda a sociedade. É com educação, com conscientização que se avança. E nós homens temos o dever trabalharmos para que não ocorram essas injustiças. Vamos nós homens nos incorporarmos nessa conscientização no sentido de fazermos justiça às mulheres”, realça o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Por meio do manifesto, os signatários declaram apoio incondicional às vítimas e se comprometem a fomentar iniciativas e ações de enfrentamento à violência, além de fortalecer organizações e políticas públicas de proteção e respeito aos diretos das mulheres e meninas.

“Se há violência, se há machismo, se há estupro, se há feminicídio, se há violência que mata e matrada as mulheres do Brasil e do mundo é praticada pelos homens. Somos machistas, a sociedade é machista. Se não somos, fomos ou cometemos um ato de machismo ou poderemos cometer um ato de machismo no futuro. A partir desse reconhecimento e da vontade de mudar é que a gente pode transformar essa cultura que tanto mal faz à sociedade, especialmente para as mulheres e meninas”, admite o presidente da Conab. “Então nós precisamos agir. A masculinidade tóxica faz mal para sociedade. Nós queremos dar um basta, nos organizar também em movimento para a gente fazer um verdadeiro cerco a homens agressores que ainda não compreenderam que o não de uma mulher é não em qualquer circunstância”, reforça Pretto.

Também estiveram presentes no evento a diretora Administrativa, Financeira e de Administração da Companhia, Rosa Neide, os diretores da estatal de Política Agrícola e Informações, Silvio Porto, de Gestão de Pessoas, Lenildo Morais, e de Operações e Abastecimento, Arnoldo de Campos, além de empregados e empregadas da empresa.

No início deste mês, a Companhia aderiu à Ação do Banco Vermelho. Esta ação, apoiada pelo Governo Federal, tem como objetivo reforçar o combate à violência de gênero, promovendo a conscientização sobre a importância da denúncia e do apoio às vítimas. A iniciativa integra o plano de ações da Conab, que busca o selo do programa pró-equidade de gênero e raça. A Companhia tem o compromisso de planejar e promover práticas de equidade de gênero e raça em sua cultura organizacional.

O Projeto Banco Vermelho é uma iniciativa de grande impacto, que consiste na instalação de bancos vermelhos em locais de alta circulação, com mensagens que incentivam a reflexão sobre a violência contra a mulher e fornecem informações essenciais, como o número 180 da Central de Atendimento à Mulher. Com essa adesão, a Conab reforça seu compromisso com a responsabilidade social e com a luta pelo fim da violência de gênero.

Mais informações para a imprensa:
Gerência de Imprensa
(61) 3312-6338/ 6344/ 6393/ 2256
[email protected]

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte