A polícia interrogou e prendeu Luigi Mangione, de 26 anos, nesta segunda-feira (9), suspeito de assassinar Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare, uma companhia de seguros de saúde, na semana passada em Nova York.
Segundo as autoridades, Mangione corresponde à descrição do suspeito e parece ter “motivação” para o crime.
Fatos principais
A Comissária de Polícia de Nova York, Jessica Tisch, declarou em uma coletiva de imprensa que Mangione, foi preso por acusações de porte de armas e que “acredita-se que ele seja a pessoa de interesse no assassinato ousado e direcionado” de Thompson.
Ela explicou que Mangione foi reconhecido em um McDonald’s e denunciado à polícia local, que descobriu que ele tinha “vários documentos de identidade falsos”, um passaporte americano, uma arma de fogo e um silenciador semelhantes aos usados no assassinato, além de um “documento manuscrito que aborda tanto sua motivação quanto seu estado de espírito”, criticando os planos de saúde dos EUA.
Qualquer informação que levasse à prisão do criminoso, foragido desde quarta-feira (4), poderia render uma recompensa de R$ 300 mil, paga pelo FBI, e de outros R$ 60 mil, ofertados pelas autoridades de segurança da cidade.
O Chefe de Detetives da NYPD, Joseph Kenny, afirmou que Mangione enfrentará acusações de armas na Pensilvânia e será extraditado para Nova York para responder às acusações.
Mangione, natural de Maryland, foi visto pela última vez vivendo em Honolulu, Havaí, não tem histórico de prisões em Nova York ou em outros lugares do país e pode ter frequentado a faculdade na Pensilvânia, segundo a polícia.
Motivações do crime
A polícia não apresentou um motivo formal para o assassinato de Thompson. No entanto, encontraram cápsulas de munição com as palavras “negar”, “defender” e “depor” — uma possível referência às táticas de seguradoras para rejeitar reivindicações.
Um manifesto manuscrito de três páginas encontrado com Mangione, atualmente sob posse da polícia de Altoona, indica “má vontade em relação à América corporativa”, mas sem ameaças específicas a outras pessoas, incluindo Brian Thompson.
Contexto do assassinato
Brian Thompson, CEO da divisão de seguros de saúde do UnitedHealth Group, foi morto a tiros no dia 4 de dezembro em Nova York. Ele foi alvejado pelas costas e na perna direita por um suspeito que fugiu a pé e em uma bicicleta elétrica. O crime ocorreu pouco antes de uma reunião de investidores do UnitedHealth Group.
Quem era o CEO?
Thompson trabalhava na UnitedHealth Group havia 20 anos. Desde 2021, ele dirigia a divisão de seguros da empresa, a UnitedHealthcare. Como CEO, o executivo liderava um negócio que oferece cobertura de saúde para mais de 49 milhões de norte-americanos.
O executivo morava em Minnesota e estava em Nova York para a conferência anual de investidores da empresa. A UnitedHealth cancelou o evento que havia acabado de começar após a notícia.
A Unitedhealthcare é a maior fornecedora de planos para a versão privada do programa de saúde Medicare do governo dos Estados Unidos. Esse pacote é voltado para pessoas com 65 anos ou mais.
O grupo como um todo é um dos maiores do mundo em receita e tem negócios em vários países. No Brasil, a UnitedHealth foi dona da operadora de planos de saúde Amil até 2023.
Thompson, de 50 anos, deixa esposa e dois filhos adolescentes.