O cenário econômico brasileiro de 2024 é marcado por intensos debates sobre a sustentabilidade das contas públicas. Afinal, quem não se interessa por essa questão? De um lado, um governo de perfil populista que flerta com o endividamento e enfrenta uma crise fiscal, focado em pavimentar o caminho para a reeleição em 2026. De outro, o mercado, cada vez mais cético quanto à atratividade do país para investimentos. E, no meio disso tudo, o cidadão comum, que teme viver em um “combo fast food” de inflação alta e juros proibitivos.

Sob a lógica da contabilidade social, um país só mantém a solvência ao arrecadar mais, gastar menos ou combinar as duas medidas. O governo Lula, de fato, comemorou recordes de arrecadação, impulsionados pelo aumento de tributos e alíquotas. No entanto, essa conquista veio acompanhada de outro recorde: o crescimento dos gastos públicos.

Atualmente, o Brasil opera com um déficit primário estrutural, com despesas equivalentes a 19% do PIB e receitas em 18,4%, o que resulta em uma trajetória de endividamento público crescente. Projeções apontam para uma dívida pública próxima de 84% do PIB em 2026. Esse panorama reforça a necessidade de medidas estruturais, como uma reforma nas despesas obrigatórias, que poderia gerar uma economia de 0,5% a 0,7% do PIB. Exemplos incluem a desvinculação dos benefícios previdenciários e assistenciais do salário mínimo e a eliminação da indexação de gastos com saúde e educação à receita tributária.

Essas reformas seriam o mínimo necessário, mas o governo optou por adiar decisões estruturais. Na semana passada, ao invés de apresentar cortes significativos nas despesas, anunciou um aumento de impostos focado nas camadas mais altas da sociedade. Medidas como a isenção para quem ganha até R$ 5 mil parecem, à primeira vista, um presente de Natal antecipado. Porém, essa “bondade” esconde um rombo estimado em R$ 45,8 bilhões, um verdadeiro “presente grego” para o contribuinte.

No mercado, a percepção de deterioração fiscal já afeta as expectativas. Às vésperas da reunião do Copom, a curva de juros (conforme ilustrado no anexo 1 abaixo) aponta para um aumento de pelo menos 0,75 pp percentuais na Selic, que deve chegar a 12%. O principal motivo é a combinação de pressão inflacionária e desequilíbrio fiscal.

Fonte: ProfitPro

Para 2025, algumas projeções já estimam uma Selic de 15%, combinada com uma desaceleração econômica e uma inflação de 6% – o dobro da meta do Banco Central. Se o governo não tomar medidas concretas para conter o aumento das despesas, o Brasil continuará navegando em águas turbulentas, com impactos diretos na economia, nos investimentos e, principalmente, no bolso do cidadão.

E o Sonho Americano?

O período entre 2023 e 2024 consolidou-se como um marco histórico para o mercado americano, com o S&P 500 registrando o sexto melhor biênio desde 1928, acumulando impressionantes 57,4% de valorização. O BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, revisou para cima o preço-alvo do índice e reforçou sua recomendação de compra, sustentada por uma economia robusta, políticas pró-mercado, perspectivas de corte de juros, e resultados operacionais acima das expectativas.

Enquanto isso, no mercado de criptomoedas, o Bitcoin alcançou um feito inédito ao ultrapassar a marca de US$ 100.000, impulsionado pelo otimismo em torno de um eventual governo Trump. Acredita-se que ele poderia transformar o cenário regulatório, promovendo a aceitação e o desenvolvimento de ativos digitais nos Estados Unidos.

Como se posicionar no mercado atual?

Diante de um mercado americano aquecido, mas com múltiplos esticados, e uma bolsa brasileira enfrentando desafios como alta de inflação e juros, é fundamental adotar uma estratégia prudente e diversificada. Navegar em renda variável exige cuidado, visão de longo prazo e uma leitura atenta dos ciclos econômicos.

Para quem busca proteção e aproveitamento de oportunidades, a Unifique Invest oferece soluções completas, com uma equipe especializada tanto em renda variável quanto em alocações internacionais. Utilizamos uma abordagem top-down, analisando primeiro a economia global, depois os setores e, por fim, as empresas. Essa metodologia estatisticamente orientada nos permite adaptar a alocação de investimentos aos diferentes cenários.

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Conteúdo produzido por: Ronaldo Escudeiro – Sócio, assessor e economista da Unifique Invest | BTG Pactual

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