Caro Investidor!

De mal a pior é o mínimo que se pode dizer do Ifix, o Índice de Fundos Imobiliários (FIIs), que enfrenta uma das suas piores crises nos últimos oito anos. Segundo a Empiricus, o valor patrimonial do indicador atingiu o seu menor patamar no período, com defasagem em torno de 14%. Em novembro a queda foi de 2,07%, encerrando o mês aos 3.138,55 pontos.

E mais, os fundos de crédito, o indicador Preço/Valor Patrimonial (P/VP) está na mínima dos últimos cinco anos, quando analisados os 15 principais FIIs de papel presentes no Ifix.

Entretanto,mesmo com essa crise do Ifix, Caio Araujo, analista de fundos imobiliários da Empiricus, acredita que ainda há oportunidades razoáveis. As indicações dele:

  • A categoria de fundos de recebíveis (CRIs) tendo em vista a possibilidade de exposição ao CDI e ao elevado nível de spread nos portfólios indexados ao IPCA;
  • Fundos de tijolo, que apresentaram boa performance operacional dos setores, apesar do cenário desafiador;
  • Fundos de shoppings centers, que sinalizaram perspectivas favoráveis para o orçamento de 2025, segundo o analista, após conversa com grandes administradoras

2025 –  O analista da Empiricus, mesmo com restrições de financiamento e custos de construção elevados, dificultando a entrada de novos galpões no mercado, mantém bons olhos para o segmento no ano que vem. 

“Obviamente, o curto prazo ainda confere desafios para os FIIs de tijolo, especialmente em um cenário de juros elevados e possível desaceleração econômica. Contudo, entendo que a ‘foto’ do mercado imobiliário está razoável em termos operacionais e, em um ciclo de recuperação de médio prazo, pode ser uma oportunidade de ganho de capital com carrego razoável”, disse Araujo.

O que dizem os especialistas

Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, os FIIs, considerando o atual cenário de juros altos, aversão ao risco e dólar valorizado, “tendem a continuar sofrendo, como já vêm enfrentando nos últimos meses, especialmente nos últimos quatro, esses ativos têm sido impactados negativamente”.

Logo, na visão do especialista,  não são atrativos para quem pensa no curto prazo. Mas no longo prazo, a história é diferente. “Muitos fundos imobiliários estão bastante descontados no mercado. Quando você calcula a rentabilidade, é possível encontrar FIIs pagando mais de 1% ao mês isento de Imposto de Renda. Então, para quem foca no longo prazo, esses ativos podem ser interessantes. Porém, para dezembro especificamente, a expectativa é de que o cenário adverso persista.”

Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting destaca que os FIIs tendem a ter menos volatilidade em comparação às ações, mas não estão imunes a essas oscilações no mercado. Inflação, taxa de juros alta interferem nos valores dos aluguéis de grandes empreendimentos locados pelos fundos que administram imóveis. 

“Ainda assim, acredito que não deva ter grandes flutuações e que pode, talvez, beneficiar os FIIs Lajes Corporativas, porque o mercado está reaquecendo. As empresas estão contratando mais e vêm mudando suas políticas internas de trabalho, pois estão abandonando o 100% remoto, estão trabalho híbrido, mas com mais espaços, acomodando fisicamente seus colaboradores dentro de um escritório.”

Em termos de fundos imobiliários, para Alex Falararo, Estrategista de Investimentos do PagBank*, depende muito do estilo do fundo. “Quando se trata dos fundos de tijolo, temos um movimento mais correlato com as curvas de juros, pois quanto mais os juros tendem a subir, mais os preços se ajustam para baixo a fim de corrigir o Yield esperado pelo investidor. As curvas de juros já andaram bastante, então poderíamos esperar um mercado de lado para os FII também.”

(*) As opiniões emitidas são de responsabilidade exclusiva do analista certificado. O PagBank não tem qualquer responsabilidade por tais opiniões. 

Carteiras

O PagBank não alterou a sua carteira FIIs para dezembro. “Entendermos que já possuímos um mix equilibrado de ativos para o momento de incertezas macroeconômicos do Brasil. Os ativos da carteira possuem boas perspectivas de pagamento de proventos e valorização dos imóveis.” 

Recomendações: BTG Pactual BTLG1; Bresco Logística BRCO11; CSHG HGCR11; Valora Re III VGIR11; XP Malls XPML11. 

Carteira da Terra: TRX TRXF11; TG Ativo Real TGAR11; Capitânia Securities II CPTS11; BTG Pactual Agro BTAL11; BTG Pactual BTLG11; Verita VRTA11; RBR Alpha Multiestr. Real State RBRF11; Itaú Asset Rural RURA11;  Mauá Capital FII MCRE11; Maxi RendaFII MXRF11.