Na semana passada, a Bovespa bateu sucessivos recordes históricos de pontuação com cinco pregões seguidos de alta (de oito últimos sete foram positivos), fechando a semana com valorização de 2,67% e índice em 111.125 pontos. No acumulado de 2019 mostra valorização de 26,44%. Os índices do mercado americano terminaram a semana praticamente estáveis, com pequenas desvalorizações.

A nova semana está começando com mercados da Ásia majoritariamente em alta, mesmo com dados fracos divulgados na China. Europa operando em queda nesse início de manhã exatamente por conta da China e índices futuros do mercado americano também no campo negativo. Aqui, há espaço para novas valorizações, mas tem que aparecer fluxo carreado para o mercado secundário, para seguir absorvendo pressão vendedora por realizações de lucros recentes.

Na China, durante a madrugada foi anunciado que o saldo da balança comercial em novembro foi de US$ 38,7 bilhões, fruto de queda das exportações em 1,1% e importações maiores em 0,3%, basicamente puxada por compras maiores de petróleo, minério de ferro e cobre. Ainda por lá, as reservas internacionais encolheram US$ 9,6 bilhões em novembro, mas acumulam US$ 3,09 trilhões. No Japão, a economia mostrou sinais positivos, com o PIB crescendo bem mais que o esperado pelo governo no terceiro trimestre, em 1,8% anualizado.

A Coreia do Norte comunicou que a destruição do arsenal nuclear está fora de qualquer negociação que possa existir. Já no Reino Unido, com a aproximação da eleição a oposição de Corbyn se aproxima de Boris Johnson e pode facilitar o acordo do Brexit. Na Alemanha, o saldo da balança comercial de outubro foi de 20,6 bilhões de euros, acima do esperado de 18,9 bilhões de euros. Nos EUA, a Câmara lança relatório de admissibilidade do processo de impeachment de Trump e a Casa Branca finalmente comunicou que não participará da audiência de impeachment do presidente.

O presidente Trump aproveitou para criticar a morosidade da Câmara americana em aprovar o acordo comercial com o México e Canadá. No mercado, dia de petróleo em queda de 0,91%, com o barril cotado a US$ 58,66. O euro era transacionado em alta para US$ 1,107 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,82%. O ouro e a prata mostravam altas na Comex e commodities agrícolas com leve viés de queda.

Aqui, dados da nova pesquisa semanal Focus do Bacen mostram inflação de 2019 subindo mais forte para 3,84% (anterior em 3,52%), assim como o PIB crescendo 1,1%.

O dólar também em alta no final do ano para R$ 4,15 e produção industrial e Selic estáveis em respectivamente -0,70% e 4,50%. Já o presidente Bolsonaro, teve sua queda de popularidade interrompida, muito por conta de dados econômicos em recuperação nos últimos meses. Em compensação, a bancada ruralista diz se afastar do governo por conta do fraco apoio.

A licitação feita pelo governo que excluía a participação da Folha de São Paulo foi revogada e será preciso avaliar qual será o comportamento da Câmara e Senado nas votações que estão previstas para o período. No mercado, a expectativa é de Bovespa podendo seguir em alta desde que haja fluxo para absorver lucros recentes sendo realizados. O dólar pode seguir com comportamento ainda fraco, assim como os juros dos DIs.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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