Câmbio
Em mais um dia de alta global, o dólar chegou a oscilar acima dos 5,80 reais, mas desacelerou no restante do dia e encerrou a segunda-feira (11) abaixo deste nível técnico, em uma sessão novamente marcada por receios quanto ao retorno de Donald Trump à Casa Branca e pela demora do governo Lula em lançar seu pacote fiscal. O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,58%, cotado a 5,7711 reais.
Apesar do forte avanço das cotações no exterior, o dólar fechou a terça-feira (12) praticamente estável ante o real, com o mercado se apegando às promessas do governo Lula de equilíbrio fiscal e à expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil seja mais longo, como indicado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
O dólar à vista fechou o dia em leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,7735. Em novembro, a divisa acumula baixa de 0,14%. Na abertura, o dólar à vista tinha leve baixa frente ao real, mas se mantinha acima dos R$ 5,76, à medida que continua recebendo impulso da vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.
A quarta-feira (13) foi um momento de refletir sobre o anúncio do leilão pelo Banco Central. Tal atuação fica condicionada à falta de dólar no mercado à vista e tende também a conter a volatilidade e a pressão do dólar, justamente oriunda das incertezas pelas medidas fiscais do governo – e que fez com que a moeda operasse em torno do nível de 5,80.
O dólar hoje iniciou esta quinta-feira (14) com uma alta de 0,30%, a R$ 5,8068. A valorização da moeda americana estava alinhada com a tendência no exterior. Os Estados Unidos divulgam nas próximas horas os indicadores de inflação ao produtor (PPI) e pedidos de auxílio-desemprego, e declarações dos membros do Federal Reserve (Fed) também podem impactar na cotação do dólar. Às 09h59, o dólar à vista tinha alta de 0,39%, a R$ 5,812. A Bolsa de Valores de São Paulo trabalha nesta quinta-feira em alta, depois de ter aberto no negativo. O dólar variou bastante, mas passou a cair. O dólar à vista (USDBRL) perdeu força na reta final do pregão e terminou a sessão em leve queda, interrompendo a sequência de quatro ganhos consecutivos.
Com a perspectiva de que o pacote fiscal só deve ser anunciado na próxima semana, os investidores locais repercutiram a prévia do PIB de outubro e falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7881 (-0,02%). Durante a sessão, a divisa atingiu R$ 5,8308 (+0,71%). No cenário doméstico, o mercado repercutiu novos dados de atividade econômica.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,80% em setembro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo Banco Central. O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,50%, e com isso o índice fechou o terceiro trimestre com crescimento de 1,1%. Um ajuste no tamanho do prêmio de risco embutido na divisa brasileira (já muito depreciada no ano) pode estar servindo de apoio para uma performance mais neutra, em meio a um cenário de espera pelas medidas fiscais do governo brasileiro. Apesar da estabilidade hoje, no saldo semanal o dólar teve valorização de 0,91% contra o real.
Ibovespa
As tensões fiscais prevaleceram nas negociações do mercado na segunda-feira (11) e pressionaram o Ibovespa. O setor público registrou um déficit primário de R$7,340 bilhões em setembro, segundo dados do Banco Central (BC), ante os R$21,4 bilhões registrados em agosto. Um ano antes, o indicador havia apontado um déficit de R$18,071 bilhões. O resultado veio um pouco abaixo da estimativa de R$8 bilhões, mas ainda mostra as contas públicas bem distantes da meta estabelecida pelo arcabouço fiscal, com um déficit acumulado em 12 meses de 2,15% do PIB, equivalente a R$245,605 bilhões
Na terça-feira (12), o Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,14%, a 127.698,32 pontos, tendo marcado 127.411,09 pontos na mínima e 128.209,92 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava R$22,19 bilhões antes dos ajustes finais. O principal índice do mercado brasileiro foi pressionado por Vale (VALE3), que fechou com queda de 2,27%, enquanto Petrobras (PETR4) atuou como contrapeso, com alta de 1,88%, assim como Localiza (RENT3), que saltou 5,5% após resultado trimestral acima das expectativas de analistas e fechou a sessão com alta de 6,79%.
O Ibovespa operou em queda na quarta-feira (13), com investidores ainda no aguardo do anúncio do pacote de medidas fiscais. Desde o início do mês, o mercado vive em grande expectativa para saber onde e quanto dos gastos serão cortados.
Às vésperas do feriado da Proclamação da República, o mercado seguiu cauteloso, com o Ibovespa operando sem direção única na primeira hora de sessão desta quinta-feira (14). Hoje, todos os DIs futuros a partir de 2025 registram altas, com os juros de 2027 operando na casa dos 13,40%. Em setembro, o indicador registrou alta mensal de 0,80%, ante a expectativa de 0,50% e os 0,20% de agosto. Na comparação com setembro de 2023, o IBC-Br aponta alta de 5,1% na atividade, e no acumulado dos últimos 12 meses, o índice registrou um ganho de 3%. No acumulado do ano, o IBC-Br avançou 3,3%, enquanto no terceiro trimestre de 2024 ele subiu 1,1%.
Esse aquecimento da atividade econômica pode exercer pressão sobre a inflação, uma vez que o aumento da renda tende a elevar a demanda por bens e serviços. Às 16h24 desta quinta-feira, a principal referência da B3 avança 0,28%, aos 128.091,25 pontos, oscilando entre máxima de 128.423,48 pontos e mínima de 127.388,86 pontos.
A flutuação do Ibovespa hoje (14/11) reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do índice Ibov sobe, significa que, na média, as ações que o compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.
Por Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil. O executivo trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.