O governo central encerrou o mês de setembro com um déficit primário de R$ 5,3 bilhões, segundo o Tesouro Nacional.  

O cálculo inclui os resultados do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central, sem considerar despesas com a dívida pública.  

No período, o Tesouro e o Banco Central registraram um superávit de R$ 20,9 bilhões, enquanto a Previdência Social acumulou um déficit primário de R$ 26,2 bilhões. 

O Tesouro Nacional divulgou apenas o sumário executivo sobre o desempenho financeiro de setembro, deixando o relatório detalhado para a próxima semana.  

Segundo o Tesouro, a divulgação limitada foi justificada pela “movimentação da carreira”, o que levou a equipe técnica a liberar somente um sumário com os dados essenciais. 

Além disso, o Tesouro informou que o secretário Rogério Ceron irá comentar os números na coletiva como de costume. A data prevista para disponibilização dos demais documentos é na próxima semana.  

Déficit causado por queda nas receitas 

O resultado negativo foi impulsionado por uma queda de 8,5% na receita líquida, o equivalente a R$ 15,1 bilhões.

Esse valor de uma alta de 8,4% nas receitas administradas e de uma queda significativa de 59,8% nas receitas não administradas. 

Meta do governo   

Para 2024, a meta do governo é de déficit zero, com um intervalo de tolerância de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$ 28,8 bilhões.  

Entretanto, projeções dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento indicam um déficit esperado de R$ 28,3 bilhões. 

Acumulado do ano registra déficit de R$ 105,2 bilhões 

Entre janeiro e setembro de 2024, o déficit acumulado do governo central totalizou R$ 105,2 bilhões, ampliando-se em comparação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de R$ 94,3 bilhões.  

Esse saldo de 2024 foi composto por um superávit conjunto de R$ 160,6 bilhões do Tesouro e do Banco Central e por um déficit de R$ 265,8 bilhões na Previdência Social, que permanece um dos principais fatores de pressão sobre o orçamento. 

Crescimento de despesas em setembro 

As despesas totais do governo em setembro apresentaram aumento real de 1,4% em comparação ao mesmo mês de 2023, o que representa um acréscimo de R$ 2,3 bilhões.  

Esse crescimento foi impulsionado pelo pagamento antecipado de precatórios federais para o Rio Grande do Sul, no valor de R$ 4,3 bilhões, que originalmente estavam programados para 2025.  

Além disso, houve um aumento de R$ 1,1 bilhão nos gastos com Benefícios de Prestação Continuada (BPC), reflexo do aumento do número de beneficiários e da política de valorização do salário mínimo. 

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