ATUALIZAÇÕES:

09:09 – Dólar comercial (compra): +1,90%, cotado a R$ 5,854.

Na sessão anterior…

Na última terça-feira, 5 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,63%, cotado a R$ 5,74.

O que influencia a moeda?

Ontem, o mercado ficou otimista com a expectativa de alta de 0,5% na taxa Selic, para 11,25% ao ano, o que favorece o carry trade pró-Brasil.

Externamente, as commodities valorizaram, e os rendimentos dos treasuries subiram com o andamento das eleições nos EUA.

O Federal Reserve (FED) deve anunciar amanhã (7) uma redução de 0,25% nos juros, para a faixa de 4,50% a 4,75%. Internamente, o mercado aguarda o anúncio iminente de cortes de gastos de Lula.

Como a vitória de Trump influencia o câmbio?

Analista de mercado apontam que a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos deve intensificar a desvalorização do real e elevar a cotação do dólar, devido às políticas protecionistas que ele defende.

Economistas estão preocupados com os impactos dessas medidas, principalmente no comércio com países emergentes como o Brasil.

Trump tem sugerido políticas que reduzirão a relação comercial dos EUA com esses países, o que diminuiria as exportações brasileiras e, consequentemente, a entrada de dólares, tornando a moeda norte-americana mais escassa e valorizada.

A expectativa é de maior volatilidade nos mercados emergentes, com aumento de tarifas e cortes de impostos, o que geraria uma inflação mais alta e juros elevados por mais tempo.

Isso tornaria o dólar mais forte, pressionando ainda mais a taxa de câmbio e causando pressões inflacionárias internas, como já foi apontado pela XP Investimentos.

Brasil

Nesta quarta-feira (6), o mercado financeiro local volta suas atenções a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), para a taxa básica de juros Selic, às 18:30.

Além disso, observa indicadores como o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro, fluxo cambial e balança comercial da semana.

Será monitora ainda a reunião entre Campos Neto e Galípolo com Bruno Dantas do Tribunal de Contas da União (TCU).

Corte de gastos

Para reduzir o estresse nos ativos domésticos com a vitória de Donald Trump, o Brasil precisa implementar medidas fiscais rigorosas para convencer o mercado de que as contas públicas estão controladas.

Em uma reunião no Palácio do Planalto, ficou claro que cortes orçamentários afetarão diversos ministérios, exceto Defesa, e incluem até áreas sensíveis ao governo Lula, como Saúde e Educação.

Entre as propostas de contenção de despesas, estão a desindexação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) do salário-mínimo, o redesenho de benefícios como seguro-desemprego e a aplicação de regras mais rígidas ao Bolsa Família, incluindo biometria para assistência social e previdenciária.

Embora o ministro da Previdência, Carlos Lupi, seja contra esses cortes, outros membros do governo consideram mudanças para gerar economias bilionárias.

O governo também explora maneiras de aumentar a arrecadação, como prorrogar o prazo para dedução de perdas do IRPJ e CSLL para instituições financeiras, o que pode gerar R$ 33,6 bilhões em três anos.

No entanto, o Congresso ainda precisa aprovar essa medida para que entre em vigor em 2025.

EUA

Nesta quarta-feira (6), o mercado norte americano divide sua atenção entre a corrida presidencial à Casa Branca e a reunião do Federal Reserve (Fed) para definir a taxa de juros por lá.

Donald Trump vence Kamala Harris

É oficial! Donald Trump volta a presidência dos EUA após vencer Kamala Harris com, pelo menos, 277 delegados e mais de 51% do voto popular.

Durante a madrugada desta quarta-feira (6), Trump já havia se auto declarado presidente eleito, desafiando previsões de uma apuração demorada.

Em seu discurso, comemorou a vitória e o controle republicano do Senado e da Câmara, o que ampliará sua influência política.

Com sua promessa de políticas fiscalmente expansivas e protecionistas, o cenário global se torna mais volátil, impactando negativamente os mercados emergentes, incluindo o Brasil, devido à expectativa de juros mais altos nos EUA e um dólar fortalecido.

A eleição também gera preocupações sobre a resposta do COPOM, especialmente com o cenário externo adverso.

Analistas acreditam que o Fed pode ajustar sua política monetária, e a Capital Economics prevê uma possível queda no PIB dos EUA e alta da inflação, com aumento dos juros para conter os riscos econômicos associados às novas políticas.

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