Muita gente me conhece do esporte e talvez não faça ideia da relevância que a mentalidade competitiva tem no meu cotidiano como empresário e investidor. Eu posso ir além e afirmar que aproveito lições do esporte em todas as áreas da minha vida. Uma das minhas maiores crenças é justamente que a vida não é uma maratona. A vida é feita de sprints. Você precisa saber quando forçar.
Essa não é a primeira vez que falo isso. Tive um bate-papo incrível com a excelente jornalista e amiga Izabella Camargo, para o seu podcast Interioriza. Se você não teve oportunidade de ouvir, eu conto um pouco da minha trajetória e dos principais valores que norteiam a minha vida. Vou deixar o link ao final do artigo para quem tiver interesse em escutar. Durante essa conversa, eu falo que é preciso inteligência para forçar, sabendo aproveitar o fluxo.
O que eu quero dizer com isso é que, muitas vezes, posso comparar a vida com uma corrida, em que é preciso conhecer a pista para criar as próprias estratégias: quando você vai frear, quando vai acelerar. Será preciso fazer o ajuste da moto, da suspensão, das configurações eletrônicas, saber a distribuição do peso, quando é hora de trocar os pneus ou gastar um pouco mais.
Você estuda os adversários para estar mais preparado que eles, para sair na frente, e mesmo quando se sente 100% pronto, vem o clima e muda tudo. Muda a corrida, porque choveu ou abriu o sol. Quem estava lá atrás, de repente, enxerga a oportunidade perfeita para meter o pé e conquistar o seu espaço. Quem segue obcecado pelo próprio ritmo e não consegue flexibilidade para mudar de estratégia nunca vai sair do lugar.
O “sprinting” existe em muitos esportes que incorporam a corrida, especialmente o atletismo. O corpo humano (uma moto também, é claro) tem um limite de esgotamento, por isso que não é possível sustentar por muito tempo uma tática de dar o máximo de si para ganhar a maior distância possível. É uma coisa breve.
No alto desempenho, todo mundo tem potência, tem técnica e tem agilidade para os sprints. Então, o que vai fazer a diferença é a inteligência para criar estratégias e resistência. Muita resistência. E aqui, eu trago mais uma crença que carrego comigo. A genética ajuda e muito o atleta e o corredor, mas ela não é determinante. É o mesmo no mercado de trabalho. É claro que cada um tem sua história de vida, obstáculos que precisou vencer, dificuldades e abismos sociais, econômicos e educacionais. Ainda assim, é possível aprimorar o rendimento. Desempenho se alimenta de treino, não de justificativas.
Na minha vida eu já vivenciei momentos antagônicos, tive tudo para não construir nada, depois virei empreendedor aos 15 anos, tratei um tumor e deixei um legado em um esporte difícil, com constante risco de morte, que deixa o corpo todo machucado. Comprei empresas, iniciei negócios, fui morar nos Estados Unidos, decidi virar influenciador. Sigo, por vezes freando, por vezes acelerando.
E você? Em que momento da vida está?