Em prosseguimento ao nosso tour pelos mercados futuros, hoje começo pelas Ten Years US Treasury Notes (Obrigações de dez anos do Tesouro dos EUA), negociadas na plataforma eletrônica da Globex da CME (Chicago Mercantile Exchange). 

Esse mercado é tão líquido que, na prática, qualquer ordem, mesmo que seja de dezenas de milhões de dólares, exerce pouca influência nas cotações. 

Os Treasuries, como são chamados pelos traders, afetam praticamente todos os mercados, principalmente os de instrumentos financeiros, como moedas e índices de ações. Influencia também commodities como o ouro. 

Digamos que um trader chegue ao seu escritório numa manhã de segunda-feira, após um fim de semana de descanso. 

É bem possível que sua primeira pergunta seja: “Como estão os treasuries?” 

Se o PU (preço unitário) está em alta (portanto taxas de juros em baixa), isso pode significar que surgiu algum dado econômico mostrando a economia americana menos aquecida do que se esperava. 

Mas pode ser que algum acontecimento grave (escalada de uma das eternas crises do Oriente Médio, por exemplo) tenha provocado o que o mercado chama de fly to quality (fuga para a qualidade). 

Evidentemente, a recíproca é verdadeira. PU de notes em baixa significa expectativa de juros maiores ou fim de um movimento de fuga. 

No Brasil, mais especificamente na B3, o contrato mais representativo de taxas de juros é o de DI (Depósito Interfinanceiro). 

Tal como acontece nos Estados Unidos, o mercado de DI reflete as expectativas dos traders e gestores sobre a tendência das taxas de juros no país. 

Um dos principais fundamentos do mercado de DI é o boletim Focus – divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, com as projeções dos economistas das principais instituições financeiras sobre inflação (medida pelo IPCA), crescimento, ou encolhimento, do PIB, taxa de câmbio (real frente ao dólar) e balança comercial. 

Os investidores iniciantes ou de menor porte também podem negociar o minicontrato de DI. 

Outro mercado gigantesco é o de índices futuros de ações. Vou citar aqui os mais importantes, me atendo aos EUA e o Brasil: S&P500, NASDAQ, Industrial Dow Jones e Ibovespa.  

O S&P500, o mais importante dos índices mundiais de papéis de renda variável, espelham quinhentas ações negociadas no mercado americano, selecionadas pela agência de classificação (rating) Standard & Poor’s. 

Essas ações não são sempre as mesmas. De três em três meses, mais precisamente nas terceiras sextas-feiras de março, junho, setembro e dezembro, saem alguns papéis e entram outros mais representativos do mercado acionário, o que não impede que as quinhentas permaneçam inalteradas. 

O valor unitário do contrato de S&P500 varia para cima ou para baixo de acordo com a cotação das ações que o índice representa. No momento cada contrato está valendo aproximadamente US$ 14.380,00 

Como a margem exigida é de mais ou menos 10% do valor total, um trader pode alavancar dez vezes no S&P. Mas é importante informar que, ao final de cada dia, será preciso pagar um ajuste negativo se o mercado for na direção contrária. Por outro lado, esse ajuste será positivo caso o mercado se mova na direção (comprada ou vendida) do trader

Outro mercado futuro importantíssimo é o do índice Nasdaq futuro, também negociado na CME (Chicago Mercantile Exchange). 

O Nasdaq é representativo de ações de tecnologia (como Apple, Microsoft, NVIDIA, Meta, Amazon, Tesla, Alphabet e Netflix) mas não se limita a elas. A Coca-Cola e as brasileiras Banco Inter e PagSeguros fazem parte da composição do índice. 

A sigla Nasdaq significa National Association of Securities Dealers Automated Quotations. 

Quando eu morava em Nova York, na década de 1960, a Nasdaq era representativa do mercado de balcão (papéis de renda variável negociados fora das bolsas de valores). 

Mais tarde, eles tiveram muita dificuldade em implantar o índice futuro. Nos anos 1980, cansei de almoçar grátis às custas da Nasdaq. 

Mas finalmente conseguiram e hoje muita gente considera o Nasdaq o mais interessante para se operar, devido à sua volatilidade. 

Nos anos 1990, o Nasdaq experimentou uma gigantesca bolha especulativa, bolha essa que estourou quando o chairman Alan Greenspan, do FED (Federal Reserve Bank), classificou a alta do mercado de dot.com (ponto.com) de “irrational exuberance (exuberância irracional)” 

Finalmente, temos o índice Dow Jones que, durante mais de um século, foi considerado o mais representativo do mercado americano de ações. 

Quando os telejornais falam Dow Jones, estão se referindo ao Industrial Dow Jones, composto de 30 ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. O Dow Jones perdeu espaço para o S&P500 e para o Nasdaq. 

Por fim, temos aqui na B3 brasileira o Ibovespa, que pode ser negociado a futuro, mercado extremamente líquido e que permite também negociação em valores menores (mini-índice). 

Um grande abraço e um ótimo fim de semana para todos. 

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