A Vibra (VBBR3) tem intenção de entrar no mercado de gás natural. A afirmação é do CEO da empresa, Ernesto Pousada, em entrevista à Eixos, durante o Strategic Talks, painel da ROGe., importante
evento do mercado de energia, que ocorreu semana passado no Rio e Janeiro (foto).

Uma das alternativas em análise, segundo ele, é a distribuição de gás em pequena escala. “É um combustível fóssil, mas com uma emissão de carbono muito menor do que os demais. Então, nós vamos buscar um ângulo. Queremos ter o acesso à molécula do gás. E o papel da Vibra é, principalmente, a distribuição desse gás, é chegar no cliente”, ressaltou.

Pousada disse que já enxerga uma demanda por gás entre os consumidores. “É algo que tem, sim, uma demanda hoje dos nossos clientes, principalmente na área do B2B, clientes industriais, buscando essa descarbonização”, afirmou.

Carros elétricos – O CEO disse ainda que acredita que uma entrada massiva dos carros elétricos no país deve acontecer dentro de 10 a 15 anos. A Vibra está entrando no segmento de energia elétrica com a compra da Comerc, em fase final de aquisição. Para ele, a Comerc vai posicionar a empresa para capturar ganhos da abertura do mercado livre de energia elétrica.

Vibra investe no agro

A Vibra investiu R$ 150 milhões em infraestrutura logística no Arco Norte, Centro-Oeste e Matopiba, com planos de investir mais R$ 300 milhões nos próximos anos. A criação de uma diretoria específica para o setor e o foco na venda de lubrificantes e combustíveis, especialmente diesel, em regiões agrícolas, posicionam a Vibra para capitalizar o crescimento desse segmento.

Na opinião dos analistas do BB Investimentos, “tal estratégia tem boas perspectivas de utilizar a infraestrutura da companhia para capturar o aumento esperado na demanda por diesel e por soluções de menor pegada de carbono, incluindo o gás natural.”

Etanol – Na opinião de Ernesto Pousada, o etanol vai ganhar mais relevância na matriz energética brasileira nos próximos anos, com o crescimento da produção e o aumento da mistura do anidro à gasolina. “Nós vamos descarbonizar o país oferecendo mais etanol a custos competitivos para outros lugares”, projeta.

Ele destacou o crescimento da produção no Brasil do etanol de milho, que está se expandindo para a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O CEO acredita que a aprovação do projeto de lei do Combustível do Futuro vai na direção correta para apoiar a descarbonização do país.

(Fontes: Na Cana; Eixos; BB Investimentos)