A centenária do papel e celulose brasileira, Suzano (SUZB3), adquiriu a tissue (produtos fabricados com baixa gramatura, como papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, toalhas de cozinha e papel facial) da Kimberly-Clark no Brasil, a fabricante do papel higiênico Neve. E em breve o Alfredo toma a mídia em nova campanha publicitária. Além disso, a companhia também divulgou seu relatório de sustentabilidade onde renova suas premissas e compromissos com o meio ambiente e políticas ESG.

Alfreeedooo!

A aquisição da tissue da Kimberly-Clark incluiu uma fábrica localizada em Mogi das Cruzes (SP), com capacidade instalada de aproximadamente 130 mil toneladas anuais, ampliando a capacidade de produção de papéis higiênicos, panos reutilizáveis, guardanapos e lenços faciais. O acréscimo das marcas Neve e Grand Hotel ao portfólio torna a Suzano líder do mercado brasileiro no segmento de papel
higiênico. Demais marcas globais utilizadas pela Kimberly-Clark no Brasil, como Scott e Kleenex, além da linha K-C Professional, foram licenciadas para utilização por prazo determinado.

O clássico Neve tem uma construção diferenciada, baseada em dois pilares: inovação e branding. Isso por meio dos comerciais com o personagem Alfredo (quem lembra?). Ele é o personagem mais longevo da propaganda brasileira associado a uma marca a linha construiu o maior case publicitário para um papel higiênico, consolidando sua reputação, segundo Luís Bueno, vice-presidente executivo de Bens de Consumo e Relações Corporativas da Suzano, em entrevista ao Portal Tissue Online. Alfredo retorna para uma nova campanha ainda neste mês.

Nova fábrica

A empresa também está construindo uma nova fábrica de tissue em Aracruz (ES), com aportes na ordem de R$ 650 milhões, tendo capacidade instalada de 60 mil toneladas para produzir as marcas Neve e Mimmo, com uma máquina de papel e duas de conversão de papel higiênico e papel toalha. Com a nova planta, a Suzano alcançará a capacidade instalada anual de 340 mil toneladas de tissue, tendo sua sétima planta estrategicamente localizada para atender ao mercado regional no Sudeste. A unidade deve entrar em operação ano que vem.

Compromisso ambiental

USO EFICIENTE DA ÁGUA – 85% do volume captado no Rio Pardo serão utilizados no processo produtivo, tratados e devolvidos ao meio ambiente. O volume restante é utilizado no produto ou evapora durante o processo.

GASEIFICAÇÃO DA BIOMASSA – para substituição de combustível fóssil nos fornos de cal.

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – mais de R$ 85 milhões investidos nas Unidades de Conservação do Mato Grosso do Sul por meio de compensação ambiental.

PROGRAMA BÁSICO AMBIENTAL – cerca de R$ 61 milhões em investimentos nas áreas de saúde, educação, habitação, infraestrutura, segurança pública e segurança no trânsito de Ribas do Rio Pardo.

GERAÇÃO DE ENERGIA EXCEDENTE – a nova unidade em Ribas do Rio Pardo também irá gerar energia a partir de uma fonte renovável, a biomassa, proveniente de cascas do eucalipto. Além de gerar e consumir a própria energia, a fábrica terá um excedente de 180 MWm, que será vendido ao sistema elétrico nacional, contribuindo com o aumento da disponibilidade de energia renovável na rede de energia brasileira.

TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS – Com o pensamento no futuro e alinhada ao conceito de novabilidade, a nova unidade no Mato Grosso do Sul será uma das fábricas mais modernas e sustentáveis do mundo,
com baixo consumo de matérias-primas, produtos químicos e água no processo industrial, assim como circularidade do processo produtivo, com o objetivo de eliminar a necessidade de destinação de resíduos industriais para aterros. Entre os diferenciais também está a gaseificação da biomassa para substituir combustíveis fósseis nos fornos de cal, reduzindo a intensidade de emissões de gases de efeito estufa, um novo marco em ecoeficiência, o que fortalece nosso compromisso com as pessoas e o meio ambiente.

Compromissos climáticos

A estratégia climática da Suzano é baseada em três compromissos: Mitigar os efeitos das mudanças climáticas; colaborar na transição para uma economia de baixo carbono, a partir da contribuição das áreas plantadas e dos bioprodutos em substituição aos fósseis; e promover iniciativas de adaptação, como plantações mais resilientes, para minimizar os efeitos das mudanças climáticas sobre os negócios.

USO SUSTENTÁVEL DA MATA ATLÂNTICA – A empresa é parceira da Fundação SOS Mata Atlântica no projeto Planos da Mata, que visa fortalecer a governança dos municípios para a proteção e o uso sustentável da Mata Atlântica, aliando desenvolvimento econômico e social a partir da elaboração dos Planos Municipais da Mata Atlântica (PMMA), introduzidos pela Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Lançado em 2021, o Planos da Mata está alinhado a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como o de recuperar cerca de 12 milhões de hectares de florestas, em decorrência do Acordo de Paris.

Suzano tem prejuízo no 2T24

No 2T24, a Suzano teve um forte desempenho operacional, sobretudo no segmento de celulose, que se beneficiou da dinâmica favorável para a commodity, possibilitando o avanço nos preços e
volumes, bem como pela desvalorização cambial. No consolidado, as principais linhas operacionais alcançaram o maior patamar desde o 4T22: a receita líquida atingiu R$ 11,5 bilhões (+25,5%
a/a) e o Ebitda ajustado foi de R$ 6,3 bilhões (+60,4% a/a), com ganho de 11,9 p.p. a/a na margem EBITDA ajustada, para 54,7%.

No entanto, segundo o BB Investimentos, conforme esperado, o resultado financeiro foi bastante impactado pelo efeito negativo da variação cambial sobre as dívidas em moeda estrangeira (81% da dívida total) e pelo resultado de operações com derivativos, e ficou negativo em R$ 11,1 bilhões. Embora se trate de ajustes contábeis, portanto sem efeito caixa neste momento, isso levou a companhia a registrar um prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões.

>>Relatório de Sustentabilidade 2023 aqui.<<

(Fontes: Suzano; Exame; Portal Tissue Online)