A tarde de quarta-feira (28) teve novo nuance após indicação do presidente Lula, já aguardada, de Gabriel Galípolo para suceder Campos Neto no comando do Banco Central, a partir 1º de dezembro de 2025. O escolhido, atual diretor de Política Monetária do BC, ainda precisa ser aprovado em sabatina pelo Senado para exercer seu mandato de quatro anos.

Tanto era esperado este anúncio, que o mercado nem balançou. O Ibovespa fechou em alta de 0,42%, aos 137.344 pontos, batendo mais u recorde histórico, o dólar subiu 1,05% e operava a R$ 5,57 ao final do pregão.

Entre os ativos, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) se recuperaram e tiveram alta de 1,43%, liderando entre as principais influências positivas. Na outra ponta, a Vale (VALE3) recuou 0,72% e foi a principal contribuição negativa em volume. Já a Ambev (ABEV3) caiu após a empresa anunciar mudanças no comando na véspera, depois do fechamento.

Economistas avaliam indicação de Galípolo

Desde o ano passado o mercado trabalhava com a hipótese de Galípolo na presidência do BC. E desde o ano passado houve uma certa mudança na percepção que se tinha em relação ao diretor de política monetária. Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimento, no passado o mercado entendia que Galípolo sucumbiria às pressões do governo, falava-se em Tombinização do BC. “No entanto, a postura que o diretor adotou recentemente, seguindo as sinalizações mais duras de combate à inflação, reduziu essa percepção.”

Conforme Camila, um nome diferente nesse momento que o mercado já havia acomodado esse indicação, poderia trazer uma desconfiança desnecessária. “Agora, fica a expectativa pela nomeação para diretoria deixada pelo Galípolo. Fora isso, entre setembro e dezembro tem uma alta de juros em discussão e o mercado assistirá com bastante atenção o posicionamento do indicado.”

Câmbio, juros e bolsa

De acordo com Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos, na frente de câmbio e juros, “o mercado já está um pouco mais vacinado e o governo vai precisar mais do que isso, vai precisar entregar ações para conseguir mexer os ponteiros”.

Na frente da bolsa, nem tanto. “Acho que é um bom indicador porque já define, traz previsibilidade, obviamente as próximas falas do Galípolo vão ser muito mais monitoradas, começam a ter um peso e um impacto maior, mas ele já vinha se posicionando de forma muito positiva e o próprio Haddad e Lula também endossando ali o movimento dele”, avalia o economista.

Duarte ainda destaca que as últimas falas do Galípolo, inclusive, foram muito mais duras em relação à inflação, “já usando o poder de controle da expectativa para baixar eventualmente juros futuros. E agora ficamos em compasso de espera, é para a próxima reunião aí, por volta do dia 15 de setembro, onde hoje existe um sentimento misto entre a manutenção da taxa de juros ou eventualmente um leve aumento.”

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