Em julho, o Brasil registrou um déficit em conta corrente de US$ 5,2 bilhões, superando as projeções do mercado e das expectativas do banco Itaú, que eram de US$ 4 bilhões e US$ 3,5 bilhões, respectivamente.  

No mesmo mês de 2023, o déficit havia sido de US$ 3,6 bilhões. As maiores pressões sobre o resultado vieram de juros, com um saldo negativo de US$ 4,4 bilhões, acima dos US$ 3,3 bilhões esperados, e serviços. 

Segundo os apontamentos feitos pelo Itaú, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 7,1 bilhões nesse mês. Já os serviços tiveram um déficit de US$ 4,8 bilhões, influenciado por transportes (-US$ 1,6 bilhão), viagens (-US$ 768 milhões) e aluguéis (-US$ 909 milhões).  

A conta de serviços teve um desempenho abaixo do esperado, especialmente devido ao aumento nos custos de transporte. Além disso, a conta de rendas registrou saídas de US$ 7,8 bilhões, sendo os juros o maior fator negativo. 

No acumulado de 12 meses, o déficit em conta corrente alcançou US$ 34,8 bilhões, equivalente a 1,5% do PIB. A média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada (MM3M SAAR) mostrou uma leve redução, atingindo -US$ 71,2 bilhões, em comparação com -US$ 75,6 bilhões no mês anterior e -US$ 32,8 bilhões no mesmo período do ano anterior. 

Por outro lado, o investimento direto no país (IDP) foi positivo, com entrada de US$ 7,3 bilhões em julho. No acumulado de 12 meses, o IDP somou US$ 71,8 bilhões, equivalente a 3,1% do PIB, uma melhora em relação aos US$ 64,2 bilhões (3,0% do PIB) registrados em 2023. 

Para o Itaú, “apesar do déficit em conta corrente maior que o esperado em julho, observamos alguma estabilização do déficit em conta corrente na margem”, mesmo que em nível maior do que o registrado no último ano, que reflete “a perda de dinamismo da balança comercial e o aumento do déficit de serviços”.  

“Ainda assim, o financiamento externo segue em patamar historicamente confortável”, finaliza a visão do banco sobre esses dados.    

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