As ações de Santos Brasil (STBP3) despencaram 8,88% na última quinta-feira (22), ao preço de R$ 12,62 cada.

Investidores da companhia enfrentam novas preocupações com a possibilidade de um novo terminal portuário no Porto de Santos, conhecido como STS10.

Este projeto representa uma ameaça significativa ao equilíbrio da oferta no porto.

A mudança do governo Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 havia suscitado esperanças de que as alterações no projeto poderiam mitigar ou até adiar esse risco, e beneficiar terminais já estabelecidos como o BTP e a própria Santos Brasil.

No entanto, a recente turbulência regulatória trouxe novas incertezas ao cenário.

Na semana passada, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que o governo prosseguisse com o leilão do STS10, recomendação que foi subsequentemente descartada pela Autoridade Portuária de Santos.

O Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa, reforçou a intenção de realizar o leilão no próximo ano, e gerou mais instabilidade no mercado.

O Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou que o Ministério dos Portos avançasse com o projeto do STS10, que está em discussão desde 2019.

Isso gerou confusão no setor, pois muitos acreditavam que o projeto estava suspenso junto com a privatização da Autoridade Portuária de Santos (SPA).

O presidente da SPA declarou que o Porto de Santos pode atender à demanda de contêineres até 2035, mas não descartou a necessidade de futuras medidas para aumentar a capacidade.

Ele sugeriu que o STS10 seria revisado, e poderia incluir um terminal de passageiros na área conhecida como Saboó.

Apesar das intenções do governo de seguir com um novo formato de leilão, a falta de clareza sobre o projeto contribui para uma percepção aumentada de risco, avalia o BTG Pactual.

A proposta do novo terminal de passageiros e a possível alocação da área ao Ecoporto, além da possível concessão de parte do STS10 à BTP, ainda permanecem incertas.

Impacto e perspectivas

A recente mudança de perspectiva do mercado sobre a capacidade portuária em Santos foi classificada como significativa pelo BTG Pactual.

A expectativa anterior era de que o leilão do STS10 fosse adiado enquanto a SPA reavaliava o projeto.

Mesmo com a possível concessão de parte do STS10, acredita-se que o impacto no curto prazo deve ser limitado, com qualquer aumento de capacidade a se refletir mais no médio a longo prazo.

Os investidores, no entanto, tendem a se tornar mais avessos ao risco diante de incertezas regulatórias, o que pode afetar negativamente o desempenho das ações da Santos Brasil.

Apesar do cenário atual, a empresa continua a apresentar resultados sólidos e um dividend yield (DY) atrativo de cerca de 13,0%.

Portanto, o BTG Pactual mantém a recomendação de compra de ações da Santos Brasil (STBP3), que atualmente está negociada a um preço competitivo.

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