Com o cenário de maior risco fiscal e inflação acima da meta por mais tempo, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros Selic em 10,50% a.a. até o primeiro semestre de 2025, apontou o Inter. Contudo, analistas apontam que o risco de alta de juros se elevou.

O risco de uma elevação da Selic na próxima reunião ainda se revelou considerável, uma vez que a inflação corrente surpreendeu nas últimas leituras, puxada pelos preços de serviços, e a expectativa se mantém acima da meta em 2025, de acordo com o banco.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, assinala a credibilidade da política monetária como importante nesse processo, “principalmente através do comprometimento e da coesão, como bem colocado pelo BC“, mas analistas acreditam que a manutenção da restrição atual por um prazo mais longo seria o melhor caminho, considerada a menor volatilidade e menor custo para a economia.

“Estimamos juro real ex-ante próximo de 7,0% consideradas as projeções de inflação para os próximos 12 meses, patamar restritivo o suficiente para o atual balanço de risco para a inflação”, acrescentou.

O Inter elevou sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,2% para 4,4% em 2024 e reiterou a estimativa em 3,8% em 2025.

A atividade mais aquecida pressiona a inflação de serviços, “o que, em conjunto com a depreciação cambial, resultou em leituras mais elevadas do IPCA recentemente”, de acordo com Vitória – o que impacta também preços monitorados.

O processo de redução da inflação deve ser retomado em 2025 com o fim do impulso fiscal a partir do 2º semestre em 2024 e orçamento mais equilibrado no próximo ano, ainda que com déficit estrutural próximo de 1%, aposta o Inter.

Além disso, a recente valorização do câmbio, após o pico de R$ 5,70, também deve contribuir com alívio nos custos de matérias-primas, inclusive combustíveis.

Como referência, o câmbio utilizado no último COPOM foi R$ 5,55 e uma nova elevação acima desse patamar pode resultar em novas pressões ou revisões de alta das expectativas de inflação.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, a revisão para cima foi de 2,10% para 2,50%, ao passo que o PIB para o ano de 2025 foi estimado em 1,8%

As projeções divulgadas indicam ainda que o Federal Reserve (Fed) deve iniciar o corte da taxa de juros americanos em setembro e totalizar três cortes em 2024.

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