Preparação intensa, resiliência, foco, confiança, inteligência tática e emocional. São muitas as características que podemos observar entre os atletas olímpicos e os líderes corporativos. Mas de todas as lições que tenho observado, a principal delas está ligada ao espírito de equipe.

Um desses casos aconteceu na competição de judô, quando a atleta italiana Odette Giuffrida, mesmo sendo derrotada pela atleta Larissa Pimenta, prestou apoio à brasileira, que foi às lágrimas após vencer a luta e garantir a medalha de bronze pelo Brasil.

Ao ver a comoção dos colegas, alguns atletas se solidarizam e prestam apoio uns aos outros, seja com uma palavra de conforto, um abraço ou aperto de mão. Este é um exemplo clássico do que é o espírito olímpico: enfatiza a importância da participação sobre a vitória e como todos podem superar seus limites.

Assim como os atletas, os líderes corporativos também precisam vencer seus limites todos os dias – seja em uma meta de geração de receita, seja pelo desafio da gestão de pessoas, ou até mesmo na luta pelo crescimento da companhia à frente de uma estratégia de marketing. São pesos subjetivos para cada indivíduo, mas eles sempre estão lá. Enfim, dificuldades são comuns a todos.

Vencer obstáculos e se superar tal qual um atleta é muito mais fácil quando há espírito olímpico. Mas nem sempre esse sentimento se resume somente à união da equipe; é preciso combinar uma série de fatores para que os resultados sejam os melhores possíveis. Em quase todas as vezes, o espírito olímpico está ligado também à disciplina e dedicação.

Quantas vezes ouvimos sobre como os atletas seguem rigorosos planos de treinamento e dietas alimentares e comprometem-se com rotinas diárias extenuantes para alcançar seus objetivos? É preciso abrir mão de muita coisa para chegar a um pódio. No caso dos grandes líderes, isso também acontece: eles também firmam compromissos consistentes com os objetivos da empresa, dedicando-se a planejar, executar e revisar estratégias para garantir o sucesso em médio e longo prazo.

Para os atletas, os sacrifícios vão além da compreensão dos seres humanos que levam uma vida social convencional. Festas, badalações, encontros com amigos fora de hora quase sempre são proibidas e dão lugar às tabelas de treinamento. Este é um teste mental importante, considerando que os esportistas têm que aprender a viver na solidão enquanto buscam objetivos.

Para os executivos, não é tanto assim, porém é comum que nós nos privemos de momentos de lazer em família ou de férias mais longas em prol dos negócios. Guardando-se as devidas proporções, a relação é real. Seguimos em busca do equilíbrio, mas sabemos que está mais no desejo do que na realidade. Tem momentos que conseguimos nos dedicar mais a família e outro, mais ao trabalho, mas o 50 / 50 ainda não é a realidade.

Histórias de espírito esportivo são muito comuns durante os Jogos Olímpicos e eu vejo muita proximidade entre o que ocorre entre os atletas e o mundo do trabalho. A verdade é que quando percebemos que a colaboração é mais poderosa que a competição, entendemos que competimos conosco mesmos. E não podemos pensar nisso somente de quatro em quatro anos: o ideal é que esta mentalidade seja implantada na companhia 365 dias por ano.

Por Carolina Cabral, que possui mais de 15 anos de carreira em Procurement, é CEO da Nimbi, mãe do Gustavo e esposa da Patricia.

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