Conforme informações do site BNews, o mercado de compensação de carbono já movimenta mais de R$10 bilhões no planeta, somando empresas e pessoas físicas. E isso porque toda atividade no mundo gera um volume de Gases de Efeito Estufa que, dependendo da quantidade, vai se acumulando na atmosfera. Assim, nos níveis atuais, vem desencadeando a atual crise climática, engatilhada pelo aquecimento global.
“Em outras palavras, as atividades humanas, de maneira geral, estão produzindo mais gases do que o planeta está conseguindo suportar. Muito dessa emissão está associada com a atividade produtiva e econômica, o que vem sendo amplamente debatido desde os anos 70. Hoje, a compensação de carbono já se consolidou como uma solução emergencial, enquanto a redução de emissões não alcança as metas ideais”, diz a publicação.
Essa compensação de carbono e descarbonização têm o propósito de diminuir os impactos causados pelos gases de efeito estufa. Servem para reduzir e neutralizar os gases poluentes emitidos pelas empresas e pelas pessoas ao longo dos anos. “Os investimentos nessas trocas podem se transformar em novas áreas de plantio florestal ou recuperação de áreas desmatadas. E é nesse ganho de mais áreas de florestas que o Brasil despontou como um grande mercado de créditos de carbono.”
No Brasil o mercado de crédito de carbono ainda não está regulamentado. Entretanto, em dezembro passado, o Projeto de Lei 148/2015 que busca estabelecer o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal e seguiu para aprovação na Câmara dos Deputados.
O objetivo da regulamentação é limitar as emissões de gases poluentes e gerar um incentivo econômico para que empresas reduzam suas emissões. Só assim será possível cumprir as previsões da política nacional sobre as mudanças climáticas e os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção das Nações Unidas sobre mudança do clima e no Acordo de Paris.
Entenda o funcionamento
Não é simples, mas também não é difícil entender o funcionamento do universo crédito carbono. Entenda: um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2). A diminuição desse gás é convertida em créditos de carbono, a cada tonelada de CO2 não emitida à atmosfera ou reduzida gera um crédito de carbono.
Assim os créditos representam a “não emissão” de gases que causam o efeito estufa na atmosfera ou uma redução na quantidade de emissões, explica o texto do BNews.
E mais, para saber a influência das empresas nas mudanças climáticas, é necessário converter todos os gases que ela pode emitir em suas atividades com base em seu potencial de geração de efeito estufa em comparação ao dióxido de carbono (CO2), calculando-os finalmente em CO2 equivalente. “Quando uma empresa realiza o cálculo de quanto CO2 ela emite e realiza a compensação do número de créditos equivalentes, ela se torna neutra em carbono.”
Onde são investidos os créditos de carbono?
Com os créditos de carbono é possível proteger áreas de preservação natural, investir em projetos de geração de energia a partir do uso de biomassa, geração de energia renovável, reflorestamento (projetos ARR) e é possível evitar o desmatamento através dos chamados REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal).
Empresas certificadoras como a Carbon Free Brasil ajudam empresas a colaborarem com a descarbonização. “Ajudamos as empresas a saberem quanto carbono elas emitem, para que possam assumir a responsabilidade de seu impacto no meio ambiente. Outro aspecto relevante do nosso trabalho é selecionar projetos de crédito de carbono que realmente tenham um impacto positivo comprovado no meio ambiente e na sociedade”, comentou Luiz Henrique Terhorst, CEO do Carbon Free Brasil ao BNews.
Meta de carbono neutro até 2050
O BNews lembra que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, assinado por 195 países, é limitar o aquecimento global até 2ºC, com foco em manter o 1,5ºC e atingir a neutralidade de carbono até 2050. “Além disso, para limitar o aquecimento global em 1,5°C – o limite considerado seguro pelo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) – é necessário atingir a neutralidade.”
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