Logo cedo a expectativa era que a reviravolta nas eleições dos Estados Unidos poderia causar algum movimento perigoso no mercado, com a desistência de Joe Biden à reeleição. Entretanto, por aqui, o dólar operou em queda expressiva frente ao real nesta segunda-feira (22), devolvendo alguns dos ganhos recentes, à medida que os investidores repercutiam a decisão do presidente dos EUA. Às 14h56, o dólar comercial caía 0,95%, a R$ 5,551 na compra e R$ 5,551 na venda. A moeda norte-americana acabou fechando o dia em R$ 5,56 e o Ibovespa com alta de 0,19%, aos 127.862 pontos.
Mercado aliviado?
De acordo com publicação do Infomoney, a perspectiva de um novo mandato de Donald Trump (Partido Republicano) havia afetado o apetite por risco em mercados emergentes. “Temores de uma política comercial restritiva e uma política externa isolacionista geraram pressão em uma série de moedas, incluindo o real, à medida que se elevava os rendimentos dos Treasuries.”
Nesta segunda, com o anúncio de Biden, as moedas emergentes retomavam os ganhos frente ao dólar, com a divisa norte-americana apresentando quedas contra o peso mexicano e o peso colombiano, diz a matéria.
“A desistência de Biden é uma ótima notícia para os mercados, já que a volta dos doadores do Partido Democrata faz com que a vitória de Trump seja mais incerta. Com o ‘Trump trade’ sendo desfeito hoje, o dólar e as Treasuries estão cedendo”, comentou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Banka o Infomoney.
Sem impacto por enquanto
No início desta segunda-feira, os olhos do mundo, mercado e mídia já nem focavam mais o atentado sofrido pelo candidato Donald Trump no último dia 13 de julho ou ao apagão cibernético da última sexta-feira (19). A pauta era a desistência de Joe Biden e concorrer à reeleição à presidência do EUA em novembro. Já pela manhã, os analistas cogitavam que os impactos dessa decisão sobre o dólar seria praticamente nulos. Em entrevista ao E-Investidor, Enrico Cozzolino, sócio e head da Levante Investimentos, disse que a moeda americana não iria sofrer grandes flutuações em relação ao real. “A desistência de Biden já estava precificada pelo mercado e apenas se confirmou”, explicou
Bolsa de Valores
Os analistas também comentaram que os impactos na Bolsa de Valores no Brasil também seriam limitados. Cozzolino disse que o mercado já considerava como quase certa uma vitória de curto prazo de Donald Trump. Mas com a desistência de Biden, isso pode trazer volatilidade de curto prazo para o Ibovespa, mas que ainda é neutra, pois o mercado continua precificando uma vitória de Trump. “Para os Democratas, a mudança pode representar uma esperança, já que Biden teve um desempenho ruim no primeiro debate”, disse ao E-Investidor.
