A Bolsa brasileira vai precisar se esforçar para despertar o interesse dos investidores internacionais. Com os juros nos Estados Unidos ainda altos e sem previsão de queda,  e o aumento dos risco fiscal por aqui, R$ 35,4 bilhões de investimentos estrangeiros já foram retirados em 2024, de acordo com a B3. Um dos destinos desse capital, além da renda fixa norte-americana, é a Índia, que caminha para se tornar a terceira maior economia do mundo.

Conforme publicação do E-Investidor, o relatório do Centro de Investigação Económica e Empresarial (CEBR, na sigla em inglês), publicado em dezembro de 2023, mostra que as estimativas apontam para um crescimento médio de 6,5% da economia indiana até 2028. Não querendo comparar, mas comparando, as projeções para o Brasil falam em crescimento anual médio de 1,9% durante o mesmo período, conforme os dados do órgão. Ou seja, a Índia tem chances de ultrapassar o Japão e a Alemanha e conseguir ficar atrás apenas da economia dos EUA e da China até 2032.

“A economia da Índia é mais moderna do que a da China e mais diversificada. Temos visto ainda estabilidade política, que é bem vista pelos investidores”, disse Marcelo Cabral, CEO da gestora internacional Stratton Capital à reportagem do Estadão. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, foi o responsável por realizar investimentos em infraestrutura, reformas de redução de impostos e privatizações. “São termos que os investidores gostam de ouvir e têm surtido bons resultados, com a Índia crescendo de 6% a 7%”, comenta Cabral.

A força de trabalho dos indianos também se destaca. O mercado de trabalho na Índia é mais qualificado e mais barato em comparação a outros países, como os da Europa.

Além disso, a classe média na Índia deve alcançar a marca de 1,167 bilhão de pessoas em 2030. Essa população será responsável daqui a seis anos pela movimentação de cerca de US$ 8,8 trilhões, diz a publicação do E-Investidor.

Logo, como é esperado, esses fatores influenciam os investidores a expor parte do patrimônio às empresas indianas. De acordo com os dados da Stratton Capital, o ETF India 50 (INDY), fundo negociado na bolsa de Nova York como se fosse uma ação, subiu 19,4% em apenas um ano e 111,25% nos últimos dez anos.

Dessa forma, a Índia pode, com certeza, ofuscar os investimentos em outros países emergentes, no caso, o Brasil. Assim pode influenciar no destino final do capital estrangeiro para mercados de maior risco. E esse movimento pode prejudicar o mercado brasileiro, segundo matéria do E-Investidor. Thiago de Aragão, diretor de estratégia da Arko Advice e colunista do E-Investidor, explicou que os investimentos gringos não chegam ao Brasil apenas pelo mérito da qualidade dos ativos locais, mas também pela exclusão das possibilidades existentes entre os mercados emergentes.

“Há vários países que estão em uma situação complicada para investir, como a Rússia e Turquia. Agora, se houver um país com um mercado de consumo quase infinito e com uma organização melhor em aspectos fiscais e regulatórios, esse mercado vai se tornar irresistível”, afirmou.

Bom saber que especialistas financeiros de todo o mundo estão reparando no desenvolvimento da Índia desde 2014, sob o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que afirmou querer que a nação se torne uma economia de US$ 5 trilhões até 2025.

E pode. Espera-se que o valor de mercado da Índia mais do que duplique, para US$ 10 trilhões até 2030, de acordo com um relatório da Jefferies, o que tornaria “impossível que os grandes investidores globais o ignorassem”.

3 pilares da Índia para tentar ser superpotência

 A BBC destacou 3 pilares da Índia para tentar ser superpotência do século 21:

1. A ‘voz’ do sul global

Antes de cogitar desafiar a hegemonia dos Estados Unidos, a Índia estabeleceu um objetivo de curto prazo: ser líder do chamado Sul Global, termo usado para se referir aos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina que querem ter mais peso nos assuntos globais.

2. Alinhamentos múltiplos

Enquanto a Guerra Fria ditava a política internacional de muitos países, a Índia recorreu a uma política de não-alinhamento que em 1961 acabou por se tornar um fórum: o Movimento dos Não-Alinhados. Mas já há alguns anos, Nova Déli abandonou a sua posição histórica de não-alinhamento para exercer o “multialinhamento estratégico”.

Em maio de 2022, a Índia participou da cúpula de líderes do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) em Tóquio, onde Modi afirmou que a Índia compartilha objetivos comuns com os outros membros (Austrália, Japão e EUA) na região do Indo-Pacífico. No mês seguinte, Modi apareceu acompanhado do presidente da China, Xi Jinping, e do russo Vladimir Putin na 14ª Cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizada em formato virtual e pediu para fortalecer a identidade do grupo.

3. Uma poderosa diáspora

A Índia tem uma das maiores e mais bem-sucedidas diásporas (dispersão populacional por vários países) do mundo. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), são 18 milhões de pessoas, mas Nova Déli garante que há 30 milhões de indianos no exterior – se incluídos aqueles que renunciaram à nacionalidade indiana, já que o país não permite a dupla nacionalidade.

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