Algumas empresas estão surfando bem na recuperação gradativa da economia brasileira, mas outras ainda decepcionam os investidores. Veja abaixo três frustrações e três desempenhos que receberam aplausos do mercado. As fontes para a classificação das ações são a Refinitiv, que realiza compilações das projeções de analistas, e a Suno Research.

Poderia ter sido melhor

B3 (B3SA3)– Ainda que a operadora do mercado de capitais brasileiro tenha anunciado lucro de R$ 851 milhões no terceiro trimestre, alta de 38,7% ante mesma etapa de 2018, o resultado ficou abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 873,9 milhões. No entanto, a diretoria da B3 preferiu valorizar o desempenho e considerou os resultados positivos, destacando os volumes recordes em ações e derivativos listados, além de mais de R$ 70 bilhões em ofertas de ações no ano.

Ambev (ABEV3) – A fabricante de bebidas registrou queda de 9,7% no lucro líquido em comparação ao mesmo período de 2018, gerando decepção em boa parte do mercado – no dia da divulgação, as ações ordinárias abriram em queda de quase 6%. Conforme a Suno Research, um dos fatores que travou os resultados foi o avanço de quase 20% nos custos totais dos produtos, que chegou a R$ 5,23 bilhões. O valor foi influenciado, principalmente, por pressões inflacionárias na Argentina, taxa de câmbio e preços mais altos de commodities.

Cielo (CIEL3) – Os resultados pouco empolgantes da Cielo parecem longe do fim. A maior empresa de meios de pagamentos do país anunciou que teve lucro líquido de R$ 358,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 51,7% na comparação com igual etapa de 2018. O número veio abaixo da previsão média de analistas da Refinitiv, de R$ 376,6 milhões. A receita líquida consolidada teve queda de 5,5%, “impactadas pela pressão nos preços médios decorrente do ambiente competitivo e pelo aumento do business de venda de soluções de captura”, afirmou a companhia em relatório.

Agradaram

Petrobras (PETR4)A estatal voltou a mostrar que caminha firme para se tornar um porto mais aprazível aos investidores. A empresa encerrou o terceiro trimestre de 2019 com R$ 9,087 bilhões de lucro líquido, alta de 36,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme a Suno Research, o resultado foi influenciado pelo aumento da produção em suas atividades e pela conclusão do follow-on das ações da BR Distribuidora e da TAG.

“Isso está de acordo com a estratégia da companhia, que é desinvestimentos em setores que não sejam de exploração e produção em águas profundas, como o pré-sal”, afirmou Rodrigo Wainberg, analista de renda variável da Suno Research.

Cyrela (CYRE3) – Depois do pesado prejuízo no terceiro trimestre do ano passado, a construtora atendeu às expectativas de investidores em meio à retomada do setor no Brasil e voltou ao azul no trimestre passado. A Cyrela anunciou lucro líquido de R$ 104 milhões no terceiro trimestre, ante prejuízo de R$ 121 milhões em igual período de 2018 e acima da previsão média de analistas compilada pela Refinitv, de R$ 76,5 milhões.

Vale (VALE3) – A mineradora registrou um lucro líquido de R$ 6,461 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado reverteu o prejuízo de R$ 519 milhões dos três meses anteriores. Em relação ao mesmo período de 2018, a alta no lucro foi de 17,47%. A mineradora atribuiu a reversão ao efeito da contabilização das despesas com Brumadinho no segundo trimestre, além de medidas preventivas tomadas em outras barragens. Conforme a Suno Research, o mercado reagiu positivamente, e as ações subiram 2,42% nas primeiras horas após o anúncio do resultado.

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