O JPMorgan revisou sua projeção para o Ibovespa no segundo semestre de 2024 para baixo, agora com estimativa de 135 mil pontos, ante 142 mil pontos na previsão anterior.

O movimento da equipe de estratégia da instituição reflete uma deterioração nas expectativas do início do ano, com fatores como o cenário fiscal e a pausa no ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic), resultado de projeções mais altas de inflação.

Na última segunda-feira (24), o Ibovespa encerrou em alta de 1,07%, aos 122.636,96 pontos. Ainda assim, o JP manteve exposição overweight (acima da média) para o mercado de ações brasileiro. Na América Latina, o Chile também recebeu a mesma classificação.

Os setores de destaque são: imobiliário; financeiro; industrial; e consumo básico. O JP vê as ações no Brasil como descontadas, negociando a 7,4 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro contra uma média de 10,7 vezes nos últimos 10 anos e com um desconto de 40% em relação aos mercados emergentes.

“Acreditamos que, dentro da América Latina, o Brasil continua sendo a melhor opção, com potencial de receber fluxos se o cenário externo se acalmar. Isto é especialmente verdade agora que a incerteza política está de volta ao México”, diz o relatório dos analistas do banco.

O banco destaca ações com maior exposição ao dólar, como Prio (PRIO3), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3). Além destas, escolhas como Itaú Unibanco (ITUB4) e Natura (NTCO3) refletem valuation “barato” e alto poder de geração de lucro.

A equipe de estratégia do JPMorgan também pontua que o Brasil é impulsionado por perspectivas globais, que, neste momento, giram em torno do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) e da China.

O primeiro deve determinar, a partir do ciclo de corte de juros, quando haverá a recuperação nos mercados. Já a China terá protagonismo em determinar a trajetória das principais matérias-primas e o apetite pelos ativos dos mercados emergentes de forma geral.

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