A Hypera (HYPE3) ainda não colhe louros, mas está investindo tanto em novos negócios como na consolidação da marca. A empresa possui um portfólio de mais de 300 marcas e 20 Power Brands (marcas com mais de R$ 100 milhões de sell-out).
Através da Hynova, seu centro de pesquisa próprio, desenvolveu e lançou mais de 400 novos produtos desde 2018 (mais de 100 apenas em 2022) e possui 450 novos produtos no pipeline para lançamento nos próximos anos. Além disso, Hypera também possui um pipeline de investimento em startups, com 5 adquiridas e 3 desenvolvidas dentro de casa, conforme relatório do Inter, que destaca o foco da empresa na consolidação da marca, “uma vez que os gastos com marketing representam a principal despesa da companhia”.
Expansão
A Hypera entrou no mercado institucional (venda direta para hospitais) recentemente. Este segmento que movimenta R$ 59 bilhões por ano e tem crescimento superior ao mercado farmacêutico total. A novata pretende ser relevante nos canais público (35%) e privado (65%).
“A empresa estima que o mercado endereçável gire em torno de R$ 15 bi e planeja um portfólio composto por mais de 70 produtos que deve agregar R$ 1,4 bi em vendas até 2028, representando 10-15% do seu faturamento total. A Hypera tem vivido um bom momento operacional, apresentando forte crescimento orgânico com ganho de market share por vários trimestres consecutivos’, comentam os analistas do Inter.
Atenção
O alto nível de dívida é um ponto a se considerar. Conforme a empresa, um dos maiores focos para os próximos trimestres é a desalavancagem, “para que em seguida possam retomar o crescimento inorgânico via aquisições.”
Números
- Lucro líquido: R$ 392 milhões
- Receita líquida: R$ 1,827 bilhão
- Ebitda: R$ 647,8 milhões
Para o Inter, o resultado da Hypera tem sido impulsionado pelos ganhos de sinergia dos portfólios de medicamentos adquiridos da Takeda e da Sanofi, além da aquisição da família Buscopan e da Bioage.
“Este processo de captura de sinergias está sendo feito através da unificação das equipes de venda e marketing, aumento do canal de distribuição e, principalmente, da internalização da produção. Essas aquisições, além de contribuírem para o crescimento do topline, também estão impactando positivamente as margens, tendo em vista que operam com margens maiores que a controladora.”
Caixa operacional
Segundo a Nord, a forte geração de caixa operacional da companhia foi positivamente impactada pela redução dos estoques e ajustes na concessão de crédito a fornecedores. “A companhia adotou uma estratégia vencedora em reduzir os estoques internos de matérias-primas e produtos acabados, o que gerou um ótimo resultado no 1T24.” A Hypera encerrou o trimestre a 2,5x dívida líquida/Ebitda, reduzindo gradativamente, o que é bastante positivo.