Um sucesso mundial nas passarelas, a Arezzo (ARZZ3) está entre as mais recomendadas nas carteiras de small caps, no entanto, tem mostrado desvalorização. A pergunta é: o que está acontecendo com a empresa? E outra: é um momento bom para investir?
A empresa que começou em uma garagem (assim como uma big tech) registrou um lucro líquido ajustado no 1T24 de R$ 78,8 milhões, um crescimento de 7,70% na base de comparação anual. A receita líquida somou R$ 1,070 bilhão, um avanço de 4,6% em relação a igual período do ano anterior. O Ebitda, em critério recorrente, somou R$ 173,0 milhões, uma alta de 5,5% em doze meses.
Conforme os analistas do Itaú BBA, o trimestre foi marcado por uma desaceleração nas vendas para a Arezzo e a Soma (adquirida pela Arezzo), que foram também afetadas por aumento de deduções devido a mudanças fiscais. Isso justifica os resultados considerados fracos. Enquanto a Arezzo cresceu 4% em um ano, a Soma expandiu 1%, impactada negativamente pela Hering, que caiu 8% devido a um atacado mais desafiador.
“Para frente, esperamos que o foco esteja nas perspectivas de melhora no segundo trimestre, bem como em potenciais sinergias da fusão se materializando”, comentam os analistas..
Dentro do esperado, mas Ativa destaca atenção
Segundo a análise do time da Ativa, os resultados ficaram em linha com as estimativas, mas conforme seus analistas, é preciso observar dois pontos negativos: franquias segue pressionada, com SSS sell in de -6,7% e Schutz novamente ruim, com queda de 3% YoY. Também o SSS sell out ficou marginalmente abaixo do esperado, em 6,4% (vs. 6,7% estimado).
“No mais, esperávamos um resultado mais fraco, influenciado pela forte base de comparação com os dois últimos anos, que poderiam pressionar esse desempenho. Reiteramos compra, enxergando uma empresa de alta qualidade com um valuation depreciado.”
Performance das ações vai depender da fusão
A fusão Arezzo- grupo Soma ainda gera muito fluxo de notícias e para os analistas do BTG Pactual, isso vai influenciar no desempenho das ações. Segundo eles, diferentes culturas, sistemas e marcas a serem integradas sempre podem significar que a captura de sinergias pode levar mais tempo (e, na pior das hipóteses, destruir valor para a Nova Empresa).
A fusão criará uma empresa com receita líquida de R$ 10 bilhões, EBITDA de R$ 1,6 bilhão, lucro de R$ 750 milhões (em 2023), valor de mercado de R$ 12,1 bilhões e maior liquidez de ações.
“Com base no feedback das empresas, ambas estão conscientes dos pontos fortes uma da outra e da importância de manter alguma autonomia em cada uma das divisões, de forma a preservar essas vantagens.”
Outro destaque dos analistas é que apesar de ser um “negócio complexo que cria um player gigante com múltiplas marcas (e culturas diferentes) em vestuário/calçados, sem falar nos riscos de execução no processo de integração, poderia permitir a captura de sinergias em distribuição, desenvolvimento de produtos, operações de franquia e produção, sustentando nossa visão positiva sobre a Arezzo”.