Por Gabriel Carris, analista da gestora de patrimônio Aware Investments*

O tema inteligência artificial (IA) nunca esteve tanto em evidência como agora. Marco histórico na computação moderna, esse conjunto de tecnologias veio para ajudar na execução de várias funções, trazendo agilidade no dia a dia, mas ao mesmo tempo gera medo, desconfiança e até certa repulsa por determinadas pessoas, principalmente pelo medo de serem substituídas por robôs e milhões de empregos serem dizimados.

Ao longo dos últimos meses tenho me debruçado neste assunto para entender melhor e saber seus reais impactos, seja na vida pessoal como na vida profissional. No que diz respeito à minha área de atuação – gestão patrimonial –, a inteligência já está presente e é fundamental para trazer ganhos significativos na produtividade das equipes.

Esta tecnologia – que está em constante evolução – é usada para automatizar tarefas como a formalização de e-mails e a verificação de dados em propostas financeiras. Além disso, auxilia na criação de fórmulas complexas no Excel e em VBA (Virtual Basic for Applications), otimizando processos e reduzindo erros. A inteligência artificial também potencializa a eficiência dos gestores de fortunas, acelerando a seleção de ativos que atendam às necessidades dos clientes e elevando a produtividade geral da equipe.

No que diz respeito à rentabilidade em si, a IA ainda tem um longo caminho a percorrer neste sentido. Porém, ela já contribui significativamente para a eficiência do gestor, o que pode, indiretamente, beneficiar o cliente. Ainda assim, é preciso destacar que o trabalho personalizado e ético que um family office exige, com relação de confiança construída ao longo do tempo e as decisões finais seguirão sendo totalmente humanizados.

A confiabilidade das ferramentas de inteligência artificial é outro ponto que temos que trazer à tona. É crucial verificar sempre suas respostas, especialmente em contas mais complexas e as fontes das informações. Isso minimiza erros e assegura a precisão dos dados processados. Recomendo sempre dar um double check para ver se a resposta está verídica. Ou seja, utilize a IA como sua parceira, um apoio no dia a dia, mas não como uma substituta ou “dona da verdade”.

Espera-se que, no médio a longo prazo, a inteligência artificial amplie ainda mais a produtividade, principalmente no sentido de automatizar tarefas repetitivas e monótonas, aumentando a eficiência operacional. Assim como é preciso estar aberto ao novo e acompanha de perto as transformações, é fundamental também ter um olhar crítico e questionador.

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