A demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4) causou uma turbulência no mercado nesta terça-feira (14). Para se ter uma ideia, as ações da empresa despencaram na Bolsa de Nova York após o anúncio. A queda nas ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados na Bolsa dos EUA) da empresa chegou a 8%, ocorreu após fechamento do mercado.
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo disse em reportagem ao G1 que, normalmente, a movimentação no mercado dos EUA dá sinalizações sobre como será a abertura do pregão da bolsa brasileira no dia seguinte. Logo, a expectativa para esta quarta-feira (15) sobre como vai impactar a bolsa está causando barulho.
“Notícia é bem negativa”, diz analista da Warren
Para Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, a notícia da demissão de Prates da Petrobras (PETR4) “pegou o mercado de surpresa”. Segundo ele, para a Warren a notícia é bem negativa para o mercado.
Conforme Nobre, “não é de hoje que existia uma certa fritura em relação a Jean Paul Prates. Ela começou com o desentendimento de Prates com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no que tange a distribuição de dividendos da Petrobras. Na votação do conselho, sobre a distribuição dos dividendos houve divergência de opiniões entre Prates e Silveira. Jean Paul queria distribuir 50% dos dividendos extraordinários na época”, disse o analista.
Avaliação – Bastante negativa, por trazer falta de credibilidade e segurança. Segundo Nobre, Jean Paul Prates, conhece o setor e a empresa, fazia uma gestão tranquila, dialogava bem com o mercado, governo, os stakeholders da Petrobras. “É negativa a saída dele, levando em consideração que a substituta, Magda Chambriard, que tem viés ideológico, mais próximo do desenvolvimentismo do Aloizio Mercadante, que vem criticando a distribuição de dividendos. Viés diferente dos acionistas da companhia, menos pró mercado do que Prates”, afirma.
Quem é a nova presidente da Petrobras?
O Ministério de Minas e Energia (MME) indicou a engenheira Magda Chambriard para exercer o cargo de presidente da Petrobras, em substituição a Jean Paul Prates. Magda é engenheira química e civil e iniciou sua carreira na Petrobras em 1980. Foi cedida à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural Biocombustíveis (ANP) em 2002. Tornou-se diretora da ANP em 2008. Em 2012, chegou à diretoria-geral da agência no governo Dilma Roussef. (Ag Brasil)
(Com colaboração de Márcia Sobotyk)