O El Niño, fenômeno
caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano
Pacífico, está chegando ao fim e próximo da condição neutra, conforme o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde o início de abril, foi registrado um
resfriamento substancial das Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs) que
chegaram, nos últimos cinco dias, a valores próximos a 0,5ºC (graus Celsius)
acima da média, na área de referência para definição do evento, denominada
região de Niño 3.4.
Esse valor de temperatura
é considerado o limite para o início da fase neutra do oceano. Ainda segundo o
Inmet, antes disso, as TSMs já vinham em constante esfriamento no Pacífico
Equatorial. Entre os meses de fevereiro e março de 2024, as temperaturas
descaíram de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média.
A fase neutra é prevista
pelo NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), para iniciar no
trimestre abril-maio-junho, com 85% de probabilidade. A fase neutra deverá ser
curta e o prognóstico indica 60% de probabilidade de que o La Niña inicie no
trimestre junho-julho-agosto, de acordo com a mesma fonte. Até o momento, a condição
de neutralidade climática deve prevalecer até meados de junho, de acordo com os
modelos climáticos analisados pelo Inmet.
Transição para o La Niña
– Simultaneamente ao que acontece com o fenômeno El Niño, em algumas áreas do
Pacífico Equatorial, como a costa oeste da América do Sul, as temperaturas já
se apresentam mais frias que o normal. A persistência e a expansão destas áreas
mais frias em direção a parte central do oceano, são condições favoráveis para
formação do fenômeno La Niña, previsto para o segundo semestre do ano, conforme
o Inmet.
O La Niña consiste na
diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical
Central e Oriental. Conforme análise do Inmet, a probabilidade é de que no
trimestre junho, julho e agosto, ou seja, meados do inverno, o Brasil já esteja
sob os efeitos do fenômeno.
Ainda não se pode afirmar
a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno no
Brasil são chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já na
Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular
e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e
o verão.