As operações de colheita, recebimento de grãos para beneficiamento e armazenamento de milho verão permanecem suspensas no Rio Grande do Sul, focadas na cultura de soja. A oleaginosa é mais rentável para o produtor do que o milho, apesar de uma perspectiva levemente altista a longo prazo, devido a problemas na Argentina e redução da área plantada nos Estados Unidos.As precipitações e a consequente alta umidade, na maior parte do Estado, também inviabilizaram na semana passada a operação durante o período. O avanço de área colhida para a cultura do milho foi de apenas 1% em relação ao período anterior, atingindo 78%, de acordo com levantamento da Emater-RS/Ascar. A área de cultivo no Estado com o cereal está estimada em 812.795 hectares, e a produtividade atual em 6.464 quilos por hectare.Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a qualidade dos grãos é muito variável, sendo excelente em lavouras de alta sanidade. Em lavouras afetadas por doenças – complexo de enfezamento, bacteriose e fusariose –, a integridade dos grãos foi comprometida.Na de Erechim, finalizou-se a colheita, e as áreas afetadas por doenças e cigarrinha sofreram drásticas reduções de produtividade. Em relação à comercialização, os agricultores esperam um aumento de preços para vender sua produção. Cotações desfavoráveis deverão influenciar a área cultivada da próxima safra.Na de Ijuí, as lavouras semeadas no final de dezembro e início de janeiro estão em fase de maturação. Na de Passo Fundo, é fase final de colheita, chegando a 99%, e 1% em maturação, pronto para colher. A produtividade média da região está estimada em 8,1 mil quilos por hectare.Na de Pelotas, as lavouras de milho na fase de enchimento de grãos somam 40%, que têm se beneficiado das precipitações, pois a disponibilidade hídrica é um fator crítico nesse estádio. A área em florescimento atingiu 14%; em maturação, 30%; e em estádio vegetativo, 2%. A operação de colheita atuou sobre 24% da área.As lavouras apresentam bom desenvolvimento. Os produtores rurais seguem realizando o controle de pragas e as adubações de cobertura com ureia. Há muitos relatos de perdas expressivas pela ocorrência de cigarrinha-do-milho.Na de Santa Maria, aproximadamente 60% da área foi colhida, apresentando produtividade média de 4.752 quilos por hectare. As perdas de produtividade, ocasionadas pela irregularidade de chuvas nos momentos de maior demanda da cultura, continuam estimadas em 17,12%.Na de Santa Rosa, 8% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos, e 3% estão em maturação. A área colhida representa 89%. À medida que as lavouras avançam para a fase de formação de grãos e início da maturação, os sintomas do enfezamento se tornam bastante evidentes, incluindo a mortalidade de plantas e o tombamento, além dos sintomas típicos, como listras nas folhas e vermelhidão.Nessas áreas, espera-se que a produtividade seja inferior à projetada inicialmente. Por outro lado, nas lavouras com variedades tolerantes ao enfezamento ou que tiveram bom controle de cigarrinha, o desenvolvimento das plantas, na fase inicial de formação de grãos, é considerado muito bom, com potencial produtivo de 7,2 mil quilos por hectare, superando a média atual de 5.550 quilos por hectare.Na de Soledade, prosseguiu a colheita de lavouras de semeadura tardia, e o padrão produtivo está satisfatório. As condições climáticas, ao longo do ciclo, foram favoráveis, e houve adequada soma térmica e umidade no solo devido às precipitações regulares. No período, registrou-se um declínio das temperaturas e da radiação solar bem como um aumento da umidade relativa do ar, mas sem causar impactos significativos, o que mantêm expectativas de produtividade normais para a época.Os técnicos da Emater-RS/Ascar verificaram elevada incidência de enfezamento nas diversas fases de desenvolvimento das lavouras, com sintomas evidentes em todas elas. Até o momento, 58% da área foi colhida, e 10% está em maturação fisiológica.Comercialização (saca de 60 quilos) – O valor médio, conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, teve aumento de 1,62%, quan