Aproveitando o clima de halving, muitos entendedores de economia, alguns profissionais do mercado financeiro, mídia especializada, entre investidores adeptos à ousadia, acreditam ou pelo menos aceitam que criptomoeda, principalmente a Bitcoin é o “novo ouro”. Ah, ok. Quanto pesa 1kg de Bitcoin se colocarmos em uma balança? Qual a textura de uma barra de Bitcoin? Dá para guardar em casa no cofre? 

Claro que esses questionamentos estão exageradamente literais, mas é para ajudar a pensar sobre essa comparação fora de contexto, aproveitando que estamos em tempos de halving. Ouro sempre vai ser ouro e cripto sempre será cripto, cada um no seu universo. Entretanto, o ouro ainda é um investimento mais seguro, protege o investidor em tempos tensos, como o atual, com conflitos geopolíticos graves. Mas ‘é claaaro’ que os defensores dirão que agora com os ETFs de Bitcoin o ETF de Ouro vai perder…

Bem, antes de falar especificamente das criptomoedas, é preciso entender o que é halving (que deve acontecer nesta sexta e sábado, segundo a imprensa), é um evento programado na blockchain do Bitcoin que reduz a nova emissão da criptomoeda pela metade

Conforme explicação da InfoMoney, a mudança ocorre a cada 210 mil blocos criados, normalmente a cada quatro anos. “O bloco é como uma caixinha registradora com transações confirmadas na rede, ou seja, ele guarda as informações sobre quem enviou e recebeu criptos.”

No primeiro halving, que ocorreu em 28 de novembro de 2012, a emissão caiu de 50 para 25 BTC por bloco emitido a cada 10 minutos, aproximadamente. No segundo, em 9 de julho de 2016, foi reduzida de 25 para 12,5 BTC; no terceiro, em 11 de maio de 2020, passou de 12,5 BTC para 6,25 BTC. Após o halving de 2024, 3,125 BTC serão emitidos a cada 10 minutos.

Bitcoin (BTC) deve cair

De acordo com publicação do Space Money no Portal Acionista desta quinta-feira (18), o preço do Bitcoin (BTC) pode sofrer uma queda após o evento de halving, segundo analistas do JPMorgan. Os especialistas acreditam que o evento já foi precificado pelo mercado e que outros fatores, como a sobrecompra e a volatilidade, podem pressionar o preço para baixo. 

“Na verdade, vemos uma desvantagem no preço do bitcoin após o halving por vários motivos”, argumentaram os analistas. Conforme a publicação, no entanto, os analistas do JPMorgan disseram que essa redução na oferta já foi levada em consideração pelos investidores, e que o preço do Bitcoin já está em um nível elevado em comparação com sua volatilidade histórica e com o custo de produção.

Por que está caindo antes do halving?

Segundo publicação da InfoMoney, de acordo com analistas entrevistados por ele, o Bitcoin cai nos dias que antecedem a atualização porque os investidores realizam lucro após alta de 100% no acumulado do ano. Além disso, mineradores tendem a vender parte de suas moedas para cobrir custos operacionais, o que ajuda a aumentar a pressão vendedora.

“Para os investidores e entusiastas do Bitcoin, o halving pode ser um momento emocionante, mas também volátil. É importante estar preparado para a possibilidade de flutuações de preço e considerar estratégias de curto e longo prazo para lidar com elas”, disse Lucas Panisset, assessor de investimentos na Transfero Prime, ao InfoMoney.

E sobe quando, depois do halving?

Consta na reportagem que após uma volatilidade inicial, analistas apontam que a criptomoeda deve subir no ano seguinte ao halving por causa da diminuição da oferta e da alta procura. Mas parte dessa alta já pode ter sido adiantada pela chegada dos ETFs de Bitcoin aos EUA. “Há um pouco de preocupação de que os ETFs [de Bitcoin nos EUA] tenham puxado a demanda”, afirmou David Lawant, chefe de pesquisa da FalconX, em relatório recente, citado pela InfoMoney.

Os produtos atraíram fluxo líquido de US$ 12,5 bilhões desde que foram lançados, ressaltou Fred Thiel, CEO da Marathon. O movimento “essencialmente trouxe à tona o que poderia ser uma valorização que normalmente teríamos visto três a seis meses após o halving”, disse ele à Bloomberg.

Ainda na reportagem do InfoMoney, diz que outro indicativo de antecipação do rali seria o rompimento da máxima histórica próximo dos US$ 74 mil antes do halving, algo que nos três eventos anteriores ocorreu apenas após o evento. Para analistas da exchange Coinbase, isso sugere que a atualização já pode ter sido precificada por traders experientes. Por outro lado, disseram, a “crença coletiva de que o halving poderá fazer o preço subir poderá resultar em comportamento de recuperação”.

O Bitcoin é o novo ouro? Os ETFs mostram que sim, diz Beincrypto

De acordo com o site Beincrypto, os ETFs de Bitcoin cresceram. Segundo dados do etfdb.com, aproximadamente US$ 92,1 bilhões estão atualmente investidos em 19 ETFs de ouro listados nos EUA.

“A superação desse valor com os influxos de capital nos ETFs de Bitcoin mostra que esses fundos levantaram mais de US$ 47,5 bilhões em capital. No total, esses fundos detêm atualmente 746.000 Bitcoins, sendo que cada Bitcoin vale atualmente cerca de US$ 63.000. Esta semana, o analista de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, previu que, se os fundos de Bitcoin mantiverem sua atual trajetória de crescimento, eles superarão os ETFs de ouro em menos de dois anos.”

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte