A Moody’s Local atribuiu o rating AAA.br à proposta da 6ª emissão de debêntures de transição verde da Vibra (VBBR3).
O valor total da emissão proposta soma até R$ 2,0 bilhões, em até duas séries cujos prazos de vencimento serão de sete e dez anos, respectivamente.
Os recursos obtidos serão destinados para investimentos, pagamentos futuros e/ou reembolsos em investimentos elegíveis verdes de transição conforme previsto no documento “Framework de Transição Verde”.
Os ratings atribuídos às duas séries da proposta estão em linha com o rating corporativo (CFR) da Vibra.
Os recursos da emissão serão destinados para aos investimentos elegíveis verdes de transição, que são projetos ou investimentos que possuem impacto positivo, estejam alinhados à estratégia e proposito da Vibra, e que tenham sido realizados até 24 meses antes da data de emissão ou até 36 meses após a data de emissão.
Ao entender que contribui para seu plano de descarbonização, os investimentos da companhia serão enquadrados nas seguintes categorias: energia renovável, eficiência energética, transporte limpo, edifícios verdes e-ou mitigação às mudanças climáticas e soluções de adaptação.
As debêntures serão simples, não conversíveis em ações, de espécie quirografária, em até duas séries.
O montante da operação vai ser de R$ 1,5 bilhão, e pode atingir até R$ 2,0 bilhões, em até duas séries.
Assim como o montante, a quantidade de debêntures a ser alocada em cada uma das séries vai ser definida no sistema de vasos comunicantes por meio do procedimento de bookbuilding. A estrutura não inclui garantias reais e não carrega covenants financeiros.
– A 1ª Série não vai ter seu saldo de principal corrigido monetariamente e sua remuneração vai ser atrelada à variação de 100% da Taxa de Depósitos Interfinanceiros (DI) acrescida de sobretaxa de até 1,070% ao ano. O pagamento de juros vai ocorrer de forma semestral, a partir da data de emissão, enquanto o pagamento de principal vai ser realizado em duas parcelas iguais em abril de 2030 e abril de 2031.
– A 2ª Série não vai ter seu saldo de principal corrigido monetariamente e sua remuneração vai ser atrelada à variação de 100% da Taxa de Depósitos Interfinanceiros (DI) acrescida de sobretaxa de até 1,25% ao ano. O pagamento de juros também vai ocorrer de forma semestral, a partir da data de emissão, enquanto o pagamento de principal vai ser realizado em três parcelas iguais e anuais a partir de abril de 2032, até a data de vencimento, em abril de 2034.
A Moody’s Local entende que a emissão proposta se alinha a estratégia de gestão de passivos da companhia.
Proforma à 6ª emissão, a posição de caixa consolidada da Vibra seria de cerca de R$ 8,2 bilhões em dezembro de 2023, frente a R$ 1,70 bilhão em dívidas de curto prazo ajustadas, e permite uma relação de caixa sobre dívida ajustada de curto prazo de 4,90x, quando comparado ao realizado de 4,00x em dezembro de 2023.
No mesmo período, sua alavancagem bruta ajustada (dívida bruta/EBITDA) foi de 2,5x e a agência não antecipa impacto material com a emissão em questão.
Prospectivamente, a Moody’s Local estima que este indicador vai ser mantido entre 2,5x e 3,0x nos próximos 12 a 24 meses.
Em dezembro de 2023, a dívida bruta ajustada inclui dívida financeira (R$ 14,8 bilhões), arrendamentos (R$ 748 milhões), obrigações por aquisições (R$ 667,0 milhões) e ajuste de plano de benefício definido (R$ 1,30 bilhão).
O perfil de crédito da Vibra reflete sua posição competitiva como a maior distribuidora de combustível no Brasil em termos de volumes vendidos, rede de postos e ativos logísticos, além de suas marcas reconhecidas e métricas de crédito adequadas.
O rating também incorpora o fortalecimento e os ganhos em rentabilidade desde a privatização em julho de 2019, confirmado pela elevação consistente de seu EBITDA por metro cúbico (m3 ).
Apesar de enxergar a concentração da empresa no competitivo mercado de distribuição de combustíveis no Brasil como um ponto de atenção, a agência reconhece que esse risco tende a ser mitigado à medida que a Vibra consiga executar seu plano de transformação enérgica e diversificar sua geração de caixa.
Embora se espere que os dividendos permaneçam robustos, analistas não esperam enfraquecimento de sua liquidez, bem como a sua robusta posição de caixa.
A perspectiva estável reflete a visão da Moody’s Local de que a Vibra vai manter sua posição de liderança no setor de distribuição de combustíveis assim como sua política financeira prudente, inclusive um perfil de liquidez e alavancagem financeira adequados para a categoria de rating.