Em pauta no ar! Toda semana eu, Mário Vilas Boas recupero os destaques que rolaram no mercado financeiro e emito a minha opinião. Caso ainda não me conheça, sou analista CNPI-T e atuo na profissionalização de investidores no mercado de investimentos. Nesta semana comento sobre a Super Quarta e sobre os principais fatos que movimentaram o mercado

Semana com Indicadores Chave e a Super Quarta

A semana passada foi repleta de eventos marcantes nos mercados financeiros, com decisões de taxa de juros, anúncios de estímulos econômicos, e, é claro, a tão aguardada “super quarta”. Vamos analisar quatro acontecimentos que marcaram os últimos dias:

1) Mantega na Vale:

O ex-ministro da economia, Guido Mantega, tentou uma entrada na Vale, com o presidente Lula liderando uma força-tarefa para persuadir os acionistas majoritários a aceitar. Contudo, o mercado reagiu negativamente, empurrando a Vale para baixo. O episódio levantou questionamentos sobre a interferência do governo em empresas privadas, alimentando preocupações quanto a possíveis intervenções em outras estatais, como Petrobras e Banco do Brasil.

2) Estímulos na China:

A China anunciou medidas adicionais para estimular sua economia, impulsionando commodities, incluindo minério de ferro. Esse movimento teria beneficiado a Vale se não fosse pelo impacto negativo do episódio Mantega. Por outro lado, a Petrobras se beneficiou com o retorno da China aos seus dias de prosperidade e a OPEP mantendo baixa produção de petróleo, resultando em preços mais altos.

3) Recordes em Nova York:

Os índices em Nova York continuam quebrando recordes, especialmente após os dados do PIB e da inflação indicarem que os cortes de juros estão cada vez mais próximos. A discussão não é mais se o Fed cortará as taxas, mas sim quando: em março ou maio? Analistas estão divididos quanto a março, mas há certeza de um corte em maio.

4) Estrangeiros Evitam o Brasil:

Investidores estrangeiros estão se afastando do Brasil devido ao risco fiscal, ampliado pela desconfiança em torno do déficit zero. O anúncio controverso e mal explicado sobre os 300 bilhões para a indústria contribuiu para um clima de desconfiança. O recado do Haddad ressoa, indicando que, se é algo bom, o governo fez; se é ruim, é insignificante.

Próxima Semana: Três Pontos Chave

1) Super Quarta:

A atenção está voltada para a super quarta, que, embora não deva trazer novidades nas taxas de juros, terá a nota do Copom e a fala de Powell, que balizarão as apostas para as próximas decisões. Este é um ponto crucial e o mercado deve ficar atento.

2) Início dos Balanços no Brasil:

Os resultados financeiros das empresas brasileiras começam a ser revelados, oferecendo uma visão concreta e numérica da realidade do mercado. Aguardemos para ter mais um elemento que confirme ou refute nossas análises.

3) Big Techs Apresentam Resultados:

As gigantes da tecnologia, as chamadas Big Techs, apresentarão seus resultados na próxima semana, liderando o S&P e influenciando o rumo dos mercados. Isso será crucial para determinar se continuaremos o rali de Natal ou não.

Opinião do Analista:

A semana passada destacou a aversão dos investidores internos e, principalmente, estrangeiros ao governo brasileiro. Qualquer sinal de risco fiscal os faz correr, evidenciando a desconfiança em nossa política fiscal. Nossa bolsa, liderada pela Vale, reflete a falta de confiança dos investidores na estabilidade fiscal, mesmo diante dos ganhos com juros. Se ameaçar esses ganhos, a fuga para outros emergentes torna-se uma realidade palpável. Simples assim!

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