Por: Felipe Goldschmidt
O que pode ser feito para buscar?
O século XXI enfrenta desafios complexos que exigem ações coletivas e abordagens inovadoras para alcançar um futuro sustentável e equitativo. Alguns dos principais problemas sociais globais incluem as mudanças climáticas e alterações ambientais, pobreza e falta de acesso a recursos básicos, hiperdesenvolvimento e hiperconexão digital.
A Organização das Nações Unidas (ONU), reconhecendo a urgência dessas questões, delineou uma série de objetivos para orientar a comunidade internacional em direção a um desenvolvimento mais justo e sustentável. Nesse contexto, a inovação e a educação disruptiva ganham espaço como elemento crucial na identificação do ecossistema que estamos inseridos e na qualificação crítica para enfrentar os grandes desafios da contemporaneidade.
Nós, educadores, temos a obrigação de colaborar com essa mudança. Através de itinerários de aprendizagem que contemplam situações e problemas do mundo globalizado do século. Tudo isso irá permitir que os estudantes aprendam através de experiências reais e explorando os recursos de Design Thinking, um método que fomenta a criatividade e a resolução de problemas.
Como exemplo, o programa Bachillerato España (B.E.) se destaca por sua metodologia inovadora, que busca integrar a prática da língua espanhola por meio de itinerários de aprendizagem que contemplam a resolução de problemas e situações mundiais. Nele, são aplicadas práticas disruptivas, como a neurodidática e a inteligência emocional, para melhorar a qualidade do ensino e atender às necessidades individuais dos alunos.
A implementação de tais práticas para melhorar a qualidade do ensino e atender às necessidades individuais dos alunos também é fator essencial. É por meio da gestão de projetos educativos de impacto que conquistamos a autonomia do aluno, permitindo que ele participe ativamente das decisões relacionadas ao meio que vive, com foco em projetos visionários, promovendo o pensamento crítico, a criatividade e a resiliência dos estudantes.
No contexto brasileiro, por exemplo, onde desigualdades sociais e econômicas são desafios persistentes e as soluções aos problemas do meio ambiente enfrentam grande resistência, a educação disruptiva se posiciona como uma ferramenta transformadora que busca não apenas transmitir conhecimento, mas também instigar pensamento crítico, criatividade e resiliência. É urgente a nossa opção, como educadores, por uma educação personalizada, que se adapte às necessidades e potencialidades de cada aluno.
Gerenciar nossas emoções
Atualmente, uma grande ferramenta para trabalhar o desenvolvimento individual dentro de um contexto coletivo é a aplicação da inteligência emocional no meio escolar. No processo metodológico de uma educação disruptiva, trabalhamos constantemente com foco em reconhecer, compreender e gerenciar nossas próprias emoções e lidar com as dos outros. Aprendemos a criar empatia, que é uma competência fundamental para formar alunos conscientes, colaborativos e socialmente responsáveis. Sem a capacidade empática, não podemos almejar mudar a nossa sociedade.
O sistema educacional que encontramos, infelizmente, em muitas escolas, ainda não responde ao desafio da revolução digital que está em curso. Com isso, deixa assim de formar bons profissionais para o cada vez mais concorrido mercado de trabalho e perde a oportunidade de criar cidadãos capazes de resolver problemas e de entenderem e promoverem o respeito à inclusão e à diversidade.
Aprendizagem em língua estrangeira
No caso de programas como o B.E., a língua comunicativa é o espanhol. Isso permite tirar o aluno de sua “área de conforto comunicativa”, forçando o processo de aprendizagem numa língua estrangeira. Na prática, os alunos estão muito mais dispostos a uma reinicialização de seus conceitos. Desenvolver temas complexos e polêmicos em espanhol como língua estrangeira possibilita mais liberdade para aprender e explorar novos temas. O aluno ainda não tem preconceitos associados a certos temas ou significados. Podemos observar de maneira mais tranquila a normalização e aceitação de uma linguagem mais inclusiva, respeitosa e aberta.
O século XXI demanda ações ousadas e coordenadas para enfrentar os desafios prementes que a humanidade enfrenta. Nós, educadores, não podemos pretender contribuir com essa mudança sem construir nas escolas, espaços para refletir, pensar e construir soluções reais aos nossos problemas.
Portanto, o comprometimento do setor educacional é fundamental para contribuir na construção de um futuro mais promissor com novas lideranças cada vez mais comprometidas com os objetivos efetivos de um desenvolvimento sustentável.
*Felipe Goldschmidt é coordenador do Programa B.E. (Bachillerato España) do Grupo Base Educación da Espanha, que escolheu o Brasil para ser o primeiro país a receber esse Programa inovador plurilingue de complementação curricular.
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