Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são modalidades de renda fixa consideradas arrojadas e promissoras, com potencial de rentabilidade superior a outros títulos. A afirmação é do economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
Segundo ele, ao investir nesses fundos os investidores adquirem cotas de conglomerados que alocam em direitos creditórios de empresas, recebendo, em contrapartida, o valor aplicado acrescido de juros.
“O FIDC funciona como um fundo de investimento convencional que reúne recursos financeiros de diversos cotistas para aplicação conjunta, destacando-se pelo foco em títulos de crédito. Estes fundos investem, no mínimo, 50% do seu patrimônio líquido em títulos que representam créditos que empresas têm a receber”, diz, acrescentando que devido à natureza de renda fixa, a rentabilidade é previamente determinada, proporcionando ao investidor conhecimento prévio do retorno.
“Ao investir em FIDCs, os participantes adquirem direitos creditórios, que são as contas a receber das empresas na forma de títulos. Isso possibilita às companhias antecipar recebimentos para viabilizar suas operações, enquanto os investidores recebem o montante investido acrescido de juros, gerando lucro”, explica.
Exemplos de FIDC
Exemplos de recebíveis considerados direitos creditórios incluem cheques, duplicatas, aluguéis e parcelas de cartão de crédito, destaca o especialista. “Esses créditos são transformados em títulos e vendidos para terceiros, ocorrendo uma securitização da dívida. Ao adquirir cotas desses fundos, os investidores indiretamente expõem seu capital aos rendimentos e riscos dos recebíveis.”
Vale lembrar que os FIDCs são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com normas específicas sobre gestão de riscos, transparência e divulgação de informações para os investidores.
Eyng ressalta que uma característica distintiva dos FIDCs é sua exclusividade, sendo disponíveis apenas para investidores qualificados ou profissionais, não sendo acessíveis ao público em geral. Embora haja essa restrição, espera-se que, no futuro, possam ser disponibilizados para todos os investidores.
“A maioria do patrimônio do fundo é investida em títulos que representam direitos de crédito de transações comerciais, financeiras, imobiliárias, industriais ou de prestação de serviços de empresas, assim como hipotecas e arrendamento mercantil. As instituições financeiras têm a responsabilidade de vender cotas e captar os recursos necessários para o fundo”, destaca.
Os FIDCs apresentam particularidades que os tornam atraentes para quem busca opções rentáveis na renda fixa, exigindo atenção aos prazos, custos, tributação, rentabilidade, entre outros fatores.
Rentabilidade mais Elevada
Ainda de acordo com o economista, os FIDCs oferecem rentabilidade mais elevada do que outros investimentos de renda fixa, como CDBs, títulos do Tesouro Direto, LCIs e LCAs, atraindo investidores qualificados em busca de melhores resultados. A rentabilidade geralmente é calculada com base no CDI, mas também pode ser indexada a outros índices como IGP-M, IPCA ou Selic. As formas de remuneração incluem porcentagem do CDI, CDI + spread, índices de preços e taxa prefixada. A escolha depende do objetivo do investimento, prazo de retorno preferencial e condições econômicas.
Mas, como Investir?
Investir em FIDC requer alguns passos e considerações importantes. Aqui estão algumas orientações para quem está interessado em investir nesse tipo de fundo:
Conhecimento e Avaliação
Antes de investir, é fundamental entender o funcionamento dos FIDCs, seus riscos e características específicas. Considere consultar materiais informativos, relatórios do fundo, e, se necessário, buscar a orientação de um profissional financeiro.
Perfil de Investidor
Avalie seu perfil de investidor. Os FIDCs, por serem considerados investimentos mais arriscados, geralmente são destinados a investidores qualificados ou profissionais. Certifique-se de se enquadrar nesse perfil.
Escolha do Fundo
Existem diferentes tipos de FIDCs, cada um com sua estratégia de investimento. Alguns podem focar em setores específicos, como agronegócio, imobiliário ou empresas de médio porte. Analise os objetivos do fundo, sua gestão, histórico de performance e ativos em que investe.
Acesso ao Fundo
Os FIDCs normalmente são acessíveis por meio de corretoras, bancos e plataformas de investimento. Escolha uma instituição financeira de confiança que ofereça acesso a esses fundos.
Documentação e Contrato
Ao investir, você precisará assinar um contrato ou termo de adesão ao fundo. Leia atentamente todos os documentos relacionados ao FIDC, incluindo o regulamento e prospecto, para compreender as regras, taxas, prazos e demais condições.
Aporte Inicial
Faça o aporte inicial conforme as condições estabelecidas pelo fundo. Verifique também se há valores mínimos de investimento.
Acompanhamento
Mantenha-se informado sobre o desempenho do fundo. Os gestores do FIDC geralmente disponibilizam relatórios periódicos que detalham a performance, os ativos em carteira e outros dados relevantes.
Riscos e Rentabilidade
Esteja ciente dos riscos envolvidos. Apesar de oferecerem potencial de rentabilidade superior, os FIDCs carregam riscos, como inadimplência dos devedores. Avalie se esses riscos se alinham aos seus objetivos e tolerância ao risco.
Tributação
Entenda a tributação aplicada aos rendimentos dos FIDCs. A tributação segue as regras padrão para investimentos de renda fixa, com alíquotas regressivas de imposto de renda conforme o prazo de resgate.
Diversificação
Considere a diversificação da sua carteira de investimentos. Não concentre todo o seu capital em um único FIDC. A diversificação pode ajudar a mitigar riscos.
Lembre-se de que o mercado financeiro pode ser complexo, e investir sempre envolve riscos. Caso tenha dúvidas ou necessite de orientação específica, é aconselhável buscar a assistência de um profissional financeiro qualificado.