Em meu último artigo, mencionei a vulnerabilidade no ambiente corporativo para sermos lideranças ainda mais humanas na gestão de pessoas. E é a partir deste ponto que chego ao tema de hoje: a importância de aprendermos a ‘desaprender’. Ou seja, se a nossa vulnerabilidade é fundamental para nos aceitarmos, ela também pode agir como um combustível para sermos humildes neste processo.

Por ‘desaprender’ eu me refiro ao ato de deixarmos de lado as certezas de que dominamos algo, pois assim será possível absorver e compreender de maneira mais efetiva o novo. Para este processo, adaptar a nossa mentalidade é fundamental. Foi o que aprendi em um dos livros que recomendo, chamado Mindset – A nova psicologia do sucesso”, da autora Carol S. Dweck.

Mindset é um termo da língua inglesa usado para definir a nossa maneira de encarar a situação, ou seja, é a junção de conceitos que temos sobre determinado tema e que ajuda a moldar a forma como pensamos e fazemos as coisas. Ao longo dos anos, as teorias e as experiências práticas somadas à nossa rotina nos trazem a confiança de que a nossa forma de pensar, está dando certo. Há, no entanto, algo muito importante e que nos faz evoluir como pessoas e profissionais: o desafio de ‘reaprender’.

Durante a minha carreira, passei por diversos momentos que me exigiram neste sentido, gostaria de destacar aqui alguns. Após 9 anos de Consultoria eu trabalhei em um banco e em 2015 iniciei na PepsiCo, aceitando mais uma vez o ‘frio na barriga’ de atuar em um novo mercado. Apesar dos riscos, conhecer e ressignificar sempre me moveu! Além disso, após um ano do meu retorno da licença maternidade assumi a agenda de Talentos, algo que mobilizou muitas mudanças na forma como eu lidava com gestão de pessoas, estratégia, autonomia e então, logo refleti sobre a mudança de mindset que eu precisava fazer e não sabia por onde começar!

Foi um período muito desafiador na minha vida profissional. Aceitei minha vulnerabilidade ao admitir para mim mesma que eu tinha muito que aprender e deixei a autocobrança e o orgulho de lado para encarar de frente tudo aquilo que eu ainda não sabia. Foi assim que começou o meu processo.

Precisei ter humildade para perguntar, para pedir ajuda, além de me dedicar bastante. No meu primeiro ano liderando Talentos, alguns resultados que me propus não aconteceram na velocidade que eu esperava. Mas, apesar da minha frustração, segui no processo de ‘desaprendizagem’ combinado com o processo de aprendizagem.

No meu caso, um dos caminhos pelo qual eu optei foi a escuta ativa: Escutei as pessoas que tinham o que me ensinar, escutei as pessoas que tinham sugestões e reclamações a fazer, recebi e dei feedbacks como, até então, nunca tinha feito antes.

Foi um desafio muito grande, mas eu tive confiança em mim mesma, no time e na minha liderança. Ou seja, eu acreditava que os resultados viriam, e vieram.

Por isso, reforço aos que me procuram para dizer que não sabem algo: “Você não sabe ainda! Mas para aprender, desaprender pode ser necessário. Escute ativamente, dedique-se e confie!”.

Por Thaisa Thomaz, Mãe do Leonardo, está há 8 anos na PepsiCo e atualmente como Diretora Sênior de Recursos Humanos lidera a agenda de Talentos com foco em Atração e Desenvolvimento, Diversidade Equidade e Inclusão, Cultura, Gestão da Mudança e Employee Value Proposition (EVP). Thaisa tem entre seus principais talentos persistência, flexibilidade, comunicação e carisma e os tem colocado intencionalmente para potencializar essa jornada de impacto ilimitado dentro e fora da companhia. Hoje, com mais de 17 anos de experiência na área de recursos humanos, tem amplo conhecimento dos setores de Bens de Consumo, Consultoria, Banco, Varejo e Mineração. Em sua trajetória conta com atuações como Faculty na Accenture Management Consulting University e Gerando Falcões.

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