Bovespa firmando

Hoje, foi dia da Bovespa andar na contramão dos principais mercados do mundo, depois de feriado de queda nas principais Bolsas. Aqui, como dissemos no início da manhã, seria preciso descontar alguns fatores, como a aprovação da prisão em segunda instância pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ainda o bom encaminhamento do julgamento do compartilhamento de dados sigilosos retomados pelo STF hoje.

Porém, no exterior, ainda prevalece o estresse com as negociações comerciais bilaterais entre EUA e a China. No final da tarde, os senadores americanos pressionaram o governo americano para suspender licenças para negócios com a Huawei (gigante de tecnologia chinesa), que foram estendidas por 90 dias. Trump também pensa em isentar a Apple de tarifas impostas contra a China. O noticiário internacional ainda dá conta que as tarifas que começariam a vigorar em 15/12 podem ser adiadas.

O dia foi de divulgação de dados de conjuntura nos EUA. Os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior ficaram estáveis em 227.000, o índice de atividade industrial de Filadélfia subiu para 10,4 pontos em novembro, de anterior em 5,6 pontos e as vendas de imóveis usados de outubro cresceram 1,9%, acima do previsto. O índice de indicadores antecedentes de outubro caiu 0,1%, quando o previsto era +0,2%.

O presidente do FED regional de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que o consumo ainda está segurando a economia americana e que as empresas estão cortando investimentos, mas que apesar disso não espera recessão. Na zona do euro, a confiança do consumidor de novembro subiu para -7,2 pontos, de anterior em -7,6 pontos.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava recuperação para alta de 2,37%, com o barril cotado a US$ 58,36. O euro era transacionado em queda para US$ 1,106 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,776%, em alta. O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. Durante a madrugada na China, o minério de ferro fechou com alta de 0,62%, com a tonelada cotada a US$ 86,33.

No segmento local, dados do Caged (cadastro geral de emprego e desemprego) mostrou a criação de 70,8 mil vagas em outubro e acumula no ano de 2019 vagas em volume de 841,5 mil. Destaque para o comércio com a criação de 44 mil vagas. Na agricultura, houve queda de 7,8 mil vagas. O secretário do Tesouro mansueto de Almeida disse que não acredita que a reforma tributária possa sair em dois ou três meses, sendo a discussão levada para 2020/21. Espera-se que algum IVA (Imposto de Valor Agregado) possa ser conseguido para um ente (ou mais) da federação.

O OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), declarou que a desaceleração econômica global é muito grande e que o Brasil deve crescer um pouco mais e deve ter como prioridade a inserção na economia global. Caso não façamos reformas o risco é de revisão para baixo das previsões para o PIB.

No mercado, dia de DIs com taxa de juros em alta e o dólar chegou a vazar para cima a cotação de R$ 4,22, encerrando o dia com desvalorização de 0,25% e cotado a R$ 4,193. Na Bovespa, na sessão de 18/11, os investidores estrangeiros retornaram com R$ 277,7 milhões, mas o saldo de novembro está negativo em R$ 4,8 bilhões e no ano de 2019 com saídas líquidas de R$ 35,2 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 0,33%, Paris com -0,22% e Frankfurt com -0,16%. Madri e Milão com perdas de respectivamente 0,08% e 0,19%. No mercado americano, dia de Dow Jones com -0,20% e Nasdaq com -0,24%. Na Bovespa, dia de alta de 1,54% e índice em 107.496 pontos. Destaque para Petrobras com alta de 3,72%.

Na agenda de amanhã, teremos a prévia da inflação oficial pelo IPCA-15 de novembro com previsão ao redor de 0,16%. Também teremos a confiança da indústria de novembro pela FGV. Nos EUA e Europa, indicadores PMI da atividade industrial de novembro e a confiança do consumidor de Michigan de novembro.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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