A disputa comercial vem movimentando o mercado constantemente. Entre sinais de um desfecho positivo e outros de frustrações, as Bolsas Mundiais caminham entre euforia e caos.
Diante disso, Thiago Salomão CNPI-P e Matheus Soares CNPI da Rico investimentos sinalizam sobre como reagir diante de um tema que provoca tanta volatilidade nos mercados:
Não procuramos adivinhar se um acordo vai ou não sair em 2019. Existe uma probabilidade bem grande de que ele continue se arrastando ao longo dos próximos meses e quem sabe anos.
Temos em mente que 2020 é ano de eleições presidenciais nos EUA e Donald Trump sabe que um não acordo com a China seria mal interpretado tanto pelo seu eleitorado como pelas bolsas. Como mais da metade dos norte americanos investem no mercado de ações, qualquer queda abrupta poderia atrapalhar sua tentativa de reeleição, uma vez que o povo sentiria na pele os efeitos da sua política de negociação.
Além disso, não podemos nos esquecer que a temporada de resultados trimestrais de empresas norte americanas surpreenderam positivamente e o atual cenário de juros baixos por mais tempo pode continuar impulsionando os mercados globais.
Embora na China o cenário seja um pouco diferente, afinal vários indicadores de atividade econômica surpreenderam negativamente esse ano – trata-se do menor ritmo de crescimento em quase 30 anos –, o Banco Central chinês voltou a reduzir a taxa de juros do país ontem (20) de 4,20% para 4,15%, sendo que já havia reduzido em agosto e setembro.
Se por um lado a indefinição de um acordo comercial entre China e EUA é ruim para todas as bolsas globais e deve continuar trazendo ‘tensão’ aos mercados, por outro, o atual cenário de juros baixos por mais tempo, não só nesses dois países, mas em quase todo o mundo (Brasil se inclui nessa) deve continuar alimentando a busca por ativos de risco que ofereçam a possibilidade de retornos maiores (no caso ações é um deles), podendo assim continuar sustentando as bolsas em patamares saudáveis.