A Petrobras acaba de anunciar reajustes nos preços dos combustíveis, que valerão a partir de 21/10 (sábado). Na gasolina da refinaria houve corte de cerca de 4%, o que deverá ter impacto cheio no IPCA de novembro em cerca de -8bps, segundo nossos cálculos.

No caso do diesel a companhia elevou o combustível em R$0,25, o que equivale a uma alta de 6,6% no preço as distribuidoras ou cerca de +3,6% na bomba. Em termos diretos para o IPCA o impacto é nulo, visto que o peso do subitem é de apenas 0,23%, ante 4,8% da gasolina. Contudo, indiretamente o impacto é gigantesco em função da matriz de transportes de bens da nação, mas o seu repasse ao consumidor tem uma defasagem temporal maior e o coeficiente é mais incerto.

Liquidamente em termos de IPCA, reduziremos nossa perspectiva para 2023 de 4,69% para 4,65%, mediante a queda da projeção de novembro de +0,31% para +0,23%, mas com a elevação da projeção de dezembro de +0,57% para +0,61%.

Ressaltamos que o corte de 12 centavos na gasolina amplia a defasagem para próximo de 30 centavos, ao passo que a alta do diesel ainda deixa resíduo altista de cerca de 35 centavos. Em outras palavras, o preço da gasolina precisaria subir R$0,30 e o diesel R$0,35, para se equiparar aos níveis internacionais.

Étore Sanchez
Economista-chefe de Ativa Investimentos

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