Empreender, no Brasil, vai além do talento: é preciso ter visão de negócio, conhecimento e também dinheiro. “Esta é a razão pela qual muitos empresários recorrem ao crédito estruturado”, afirma Volnei Eyng.
Este nada mais é do que uma modalidade em que o investidor acessa um portfólio de dívidas, financiamentos ou empréstimos dos mais variados tipos — como cédulas de crédito bancário, duplicatas comerciais, entre outros — emitidos por empresas, instituições privadas ou pessoas físicas. Os instrumentos mais utilizados para as emissões de crédito estruturado são FIDC, CRI, CRA e CR.
Eyng é economista e CEO da Multiplike, empresa com R$ 30 bilhões cedidos em crédito nos últimos anos, e entre as 10 maiores gestoras multissacado e multicedente do país, elaborou cinco dicas para ajudar os empresários. São elas:
1) Enviar documentação completa e manter sempre atualizada: “A empresa deve fornecer todos os documentos necessários para a análise de crédito, como demonstrativos financeiros, balanços, e relatórios, garantindo que estejam atualizados. Isso demonstra organização e confiabilidade”.
2) Ser transparente sobre as informações: “A honestidade é essencial. Fornecer informações precisas sobre a situação financeira, dívidas existentes e projeções de pagamento ajuda a construir confiança com os credores e aumenta as chances de aprovação de crédito”.
3) Manter o CNPJ sem restrições ou apontamentos: “Manter um CNPJ limpo, sem pendências fiscais, dívidas ou restrições é fundamental para garantir a aprovação de crédito, pois demonstra a saúde financeira da empresa e sua capacidade de cumprir as obrigações financeiras”.
4) Manter bom histórico no mercado, sem problemas com instituições financeiras ou fornecedores: “Um histórico positivo, incluindo o cumprimento de obrigações financeiras passadas e boas relações com fornecedores e instituições financeiras, aumenta a confiança dos credores na capacidade da empresa de pagar o novo crédito”.
5) Utilizar crédito de longo prazo e dentro do que a empresa pode cumprir para manter um bom índice de liquidez: “Usar crédito de forma responsável, de acordo com a capacidade financeira da empresa, garante que a liquidez seja mantida, o que é essencial para cumprir com os compromissos financeiros e construir um histórico de crédito saudável”.
Conheça alguns créditos estruturados
- FIDC
O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios é um veículo de securitização de recebíveis e um tipo de Fundo de Investimento caracterizado pela aquisição de direitos creditórios.
- CRI
Certificados de Recebíveis Imobiliários, no Brasil, são títulos de crédito de emissão exclusiva das securitizadoras imobiliárias. Constituem promessas de pagamentos em dinheiro e são lastreados em créditos imobiliários.
- CRA
Certificados de recebíveis do agronegócio CRA, é um tipo de investimento financeiro do Brasil consistindo de títulos de renda fixa lastreados em recebíveis de negócios entre produtores rurais.