A inflação oficial de agosto, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada nesta terça (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,23%, taxa acima ao 0,12% do mês anterior. Um pouco diferente do que era esperado, mas dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, que é de 1,75% a 4,75%.
O IPCA acumula taxa de 3,23% no ano, em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%, e também é superior ao registrado em agosto do ano passado, quando havia sido observada uma deflação (queda de preços) de 0,36%.
De acordo com o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann, “na nossa avaliação, o IPCA deve fechar acima do teto da meta em 2023 e, possivelmente ainda em 2024, limitando o espaço para corte de juros pela frente”. Entretanto, segundo o economista, no que se refere a política monetária, o resultado pode ser considerado positivo se analisado sob a “perspectiva da busca pela retomada da estabilidade de preços, objetivo atual do Banco Central. Esta hipótese se sustenta quando analisamos o resultado sob a ótica das categorias de preço que compõem o indicador.”
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, também acredita que ao efeito da política monetária, “existe uma continuidade dos efeitos positivos sobre a inflação, que acontece por meio do encarecimento do crédito destinado aos consumidores e tem inibido o acesso à bens como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que, como é sabido, são extremamente sensíveis às variações do ciclo econômico e alterações da taxa de juros”, coment
Além da surpresa baixista em geral, houve uma melhora na margem com uma queda na média dos núcleos (0,28% versus 0,34% no IPCA-15 de julho), especialmente “impulsionada pela desaceleração dos preços dos serviços subjacentes, que caíram de 0,24% para 0,17%”, destaca Lohmann.
Contudo, a Constância Investimentos permanece pessimista com o cenário inflacionário: Impacto da alta da energia – tanto pela alta das cotações internacionais que do possível impacto do PLP 136/23 – e do el Nino deve puxar a inflação a partir do quarto trimestre de 2023.
Com informações da Agência Brasil e IBGE