Neste dia 26 de agosto, celebra-se o Dia Internacional da Igualdade Feminina. A data é essencial para conscientizar sobre desigualdades de gêneros, empoderar mulheres, promover mudanças culturais, mobilizar ações e promover políticas equitativas. No entanto, também serve como um lembrete de que ainda existem muitas disparidades e desafios enfrentados por elas, principalmente no meio corporativo.
O dia foi constituído em 26 de agosto de 1973, em homenagem à data de aprovação da emenda que permitiu o voto às mulheres. “Essa conquista simbolizou o reconhecimento da voz e da participação das mulheres na tomada de decisões políticas e sociais. Além disso, o direito ao voto abriu caminho para a discussão e o avanço de outras questões fundamentais, como direitos civis, igualdade salarial, acesso à educação e oportunidades de carreira”, diz Cris Zanata, CEO e fundadora do InsAB (Instituto de Alterismo no Brasil).
Mesmo que tardia, a constituição da data foi e é benéfica, mas também pode mostrar as lacunas do que ainda precisa ser conquistado. Cris Zanata, pesquisadora de inovação social, equidade de gênero e generosidade nas organizações, exalta a ainda falta gritante de igualdade no universo do trabalho.
“Existem inúmeras desigualdades que podem ser notadas nas áreas profissionais, economia do cuidado e também nos aspectos da vida privada. E quando analisamos as interseccionalidades, como raça, etnia, classe sociais, as disparidades econômicas aumentam.”
Em julho deste ano, o presidente Lula sancionou a Lei 14.611/23 que reforça a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. Com a legislação, novas exigências legais deverão ser cumpridas e, em caso de descumprimento por parte das empresas, multas serão aplicadas.
“A lei desempenha um papel fundamental para as mulheres no mercado de trabalho ao combater a disparidade salarial de gênero e promover a oportunidade. Ela representa um compromisso legal em garantir que mulheres e homens recebam salários justos e iguais por trabalho de igual valor, independentemente do gênero. Essa legislação promove a equidade salarial, reconhecendo e valorizando o trabalho das mulheres, e ajuda a reduzir as desigualdades econômicas entre os gêneros”, explica Cris Zanata.
Mesmo com avanços registrados de tempos em tempos, ainda existem heranças de uma sociedade patriarcal no que diz respeito às desigualdades entre gêneros, portanto, há muito a ser conquistado. Um estudo atual da Bain & Company em parceria com o LinkedIn mostra que apenas 3% dos cargos de liderança em organizações são ocupados por mulheres. De acordo com levantamento atual da Hays Executive, 55% das mulheres em cargos nível 1 têm idade entre 51 e 60 anos, enquanto os homens têm entre 41 e 50 anos.
“A busca pela igualdade de gênero nas organizações depende muito da atitude e ação das pessoas que ocupam cargos liderança, acompanhado por mudanças culturais para eliminar vieses e discriminação. A remuneração equitativa e o apoio institucional, juntamente com uma mudança de mentalidade em relação a papéis de gênero, são essenciais para garantir oportunidades iguais e um ambiente inclusivo”, finaliza Cris Zanata.
Sobre Cris Zanata – Fundadora do Instituto de Alterismo do Brasil (InsAB), Conselheira de diversidade, equidade e inclusão na RSU Lixo Inteligente e mestranda em Gênero e Diversidade pela Universidade de Oviedo, na Espanha. Trabalhou durante 18 anos em cargos de liderança em Big Four e empresas do setor privado na área de impostos aduaneiros e logística, alcançando o cargo de diretora global de logística em uma empresa de energia renovável espanhola. Atualmente é pesquisadora sobre inovação social, equidade de gênero e generosidade nas organizações e facilitadora em projetos realizados por Carlotas na Alemanha para mulheres migrantes
(Enviado por Poletto Comunicação/Nicoly)