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Alto lá. A sigla ESG (práticas ambientais, sociais e de governança, em inglês) não faz nada sozinha. O que parece óbvio precisa ser colocado vez ou outra. Isto posto, vamos ao exercício: empresas utilizando o conceito ESG podem proporcionar um desejável impacto socioambiental, com pró-atividade. É o caso da Connecting Food, uma foodtech que virou parceira estratégica de grandes companhias, fazendo a ponte com 440 Organizações da Sociedade Civil (devidamente fiscalizadas), em todo o país, para redistribuição de alimentos bons que seriam descartados.
Cabe lembrar que o Brasil (na lista dos 10 primeiros, neste ranking) desperdiça aproximadamente um terço do que produz, ou seja, 55 milhões de toneladas/ano. Com o trabalho focado nesta questão, a CEOda foodtech, Alcione Pereira, engenheira de alimentos, comentou à coluna que, “após a introdução do `S` e, como consequência direta, também do `E` – afinal, ao ajudar a reduzir o desperdício de alimentos, o impacto socioambiental é igualmente minimizado em toda a cadeia produtiva –, agora a Connecting Food traz um aprofundamento, relevância e liderança também no `G`, uma vez que pauta política vem favorecendo o debate e o engajamento da iniciativa privada na temática de combate à fome e à redução do desperdício de alimentos no país”.
De 2018 a 2022 a empresa ajudou a redistribuir mais de 9 mil toneladas de alimentos que seriam desperdiçados, gerando o complemento de 17 milhões de refeições a quem necessita. Verduras, frutas e legumes são 90% dessa cesta. “Cuidamos da gestão operacional, por meio de ferramentas tecnológicas, para análise de dados, fomento de processos ágeis, treinamentos e destinação dos excedentes bons para consumo, acompanhando a entrega no destino”, acrescenta a engenheira e mestre em sustentabilidade, enfatizando que, entre outras, ajuda companhias (Grupo Pão de Açúcar, iFood, Assaí e Nestlé) a promover a ODS-2 (Erradicação da Fome).
Diante do paradoxo do Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo e ter 125 milhões de cidadãos (pouco mais da metade da população) que não conseguem fazer três refeições/diárias e cerca de 33 milhões passando fome, perguntamos: “Quando é que acaba a fome no país?”
– Há questões complexas que permeiam essa resposta, mas que podem ser resumidas em duas palavras: vontade política. Porque as soluções já existem – finalizou Alcione Pereira, também consultora técnica da FAO (organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura).
BIODIVERSIDADE
Somente 36% das empresas brasileiras consideram a biodiversidade em suas estratégias para mitigar danos ambientais. O levantamento é do CDP Latin America, maior plataforma mundial para acompanhamento de dados ambientais, e foi realizado junto a 374 organizações brasileiras.
Com exclusividade, a coluna informa que apenas 37% das pesquisadas avançaram em seus compromissos relacionados a esta agenda e cerca de 77% não avaliam os impactos na sua cadeia de valor em relação à biodiversidade.
O CDP classifica como “crítico” este baixo engajamento dos setores produtivos, considerando que as atividades humanas interferiram em 75% do ambiente terrestre e em cerca de dois terços do ecossistema marinho, colocando em risco de extinção 1 milhão de espécies de fauna e flora, segundo a Organização das Nações Unidas.
PLÁSTICO
“Dinheiro sem Plástico” é o nome do Relatório que a agência O Mundo Que Queremos (OMQQ) preparou e divulga nesta segunda, 21. Em parceria com a fintech InfinitePay, traz o volume produzido pelo país na última década (2012 a 22): 450 milhões de cartões de débito e de crédito (dados do Banco Central) que, somados, daria o equivalente a 14 vezes o peso do Cristo Redentor (no Rio).
“Eliminar esses materiais aponta o caminho que devemos seguir”, diz Alexandre Mansur, diretor de OMQQ, lembrando que junto com os cartões existem as maquininhas. Estas são em número de 95 milhões, no mesmo período, sendo produzidas 20 milhões de unidades somente em 2022.
DOENÇAS
Há estudos mostrando que o plástico vira microplástico e este já está sendo ingerido pelos próprios humanos (entre outros seres). Doenças como câncer, diabetes e má formação de fetos são consequências desse processo desenfreado, considera OMQQ.
Acabar com o plástico, substituindo-o por cartões digitais, é alternativa que o relatório destaca. O sucesso do PIX pode inspirar a solução para o Brasil, que tem um eficiente sistema financeiro e, portanto, pode sair na frente nessa questão.
PREJU
Na média, o brasileiro produz 64 kg de resíduos plásticos por ano. Parte desta geração pode ser evitada desde já, acredita O Mundo Que Queremos, frisando ainda que de acordo com a Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), os custos sociais e ambientais do plástico (com vida estimada em 600 anos) são da ordem de US$ 1 trilhão.
ATIVISMO
Que tal a portabilidade de aplicações, de forma instantânea e simples entre corretoras, por meio de um app? Seria uma espécie de “pix dos investimentos”, comentou João Pedro do Nascimento (presidente da Comissão de Valores Mobiliários), no Anbima Summit, dia 16 último, em São Paulo.
Ele, que é favorável ao ativismo em assembleias, pretende criar um cadastro simplificado e compartilhado entre as corretoras.
Reiterando o que tinha dito no Encontro de RI, João Pedro declarou: “Temos potencial para 10 milhões de CPFs na Bolsa”. Atualmente a B3 está em vias de consolidar seis milhões.
IBOVESPA
A segunda prévia da nova carteira do Ibovespa (principal indicador das ações mais negociadas da B3), que vai vigorar de 4 de setembro a 29 de dezembro próximos, tem 86 papéis de 83 empresas (ações ordinárias e preferenciais de uma mesma companhia podem integrar o indicador). A prévia registra a entrada das empresas PetroReconcavo ON (RECV3) e do Grupo Vamos ON (VAMO3) e a saída da Meliuz ON (CASH3).
Os cinco ativos com maior peso na composição do índice nesta segunda prévia são: Vale ON (13,217%); Petrobras PN (6,864%); Itaú Unibanco PN (6,336%); Petrobras ON (4,554%) e B3 ON (3,889%).
A terceira prévia sairá no dia 31 deste mês.
DIVERSIDADE
A B3 lançou o “IDIVERSA B3”, primeiro índice latino-americano a combinar critérios de gênero e raça para selecionar as empresas que compõem a carteira. O novo indicador é uma maneira de reconhecer as companhias listadas que se destacam em diversidade, além de promover maior representatividade de grupos sub-representados (gênero feminino, pessoas negras e indígenas) no mercado.
Entrou em validade no dia 15 último, com 79 ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos.
ÁGUA
A Scania, companhia voltada ao transporte sustentável, promoverá, em parceria com o Pacto Global da ONU no Brasil, o Water Stewardship Tour, nesta semana (dias 21 e 22. A iniciativa reúne empresas para a troca de boas práticas conectadas às questões relacionadas aos riscos hídricos.
“Estamos falando de um recurso natural escasso e essencial para a sobrevivência de todas as formas de vida no planeta. É de responsabilidade dos líderes corporativos adotarem ações que garantam sua preservação para as gerações futuras”, comenta Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.
ENCONTRO ESG
Com apoio de mídia do Portal Acionista, acontecerá nestes dias 23 e 24 o 2º Encontro ESG, promovido pela Abrasca e Apimec em parceria.
No formato online, convidados abordarão os temas “Reflexão e Educação – dever de diligência das companhias frente à cadeia de fornecedores e comunicação ao mercado”, “Matriz Sustentável de Energia”, “Atualizações” e “Tendências”. O encerramento se dará com uma Mesa Redonda sobre “Emergências Sociais”.
CABO VERDE
A Bolsa de Valores de Cabo Verde prevê listar mais duas empresas neste ano e, até 2025, ter 10 operando no mercado local.
Atualmente existem duas financeiras (Banco Comercial Atlântico e Caixa Econômica), uma de combustíveis (Enacol) e outra de tabacos (SCT).
Cabo Verde, na África, é um país lusófono (independente desde 1975), com forma de arquipélago, composto por 10 ilhas e tem população de 500 mil habitantes, com renda per capta de 3.700 euros.