O dólar avançou ante outras divisas, ganhando fôlego no exterior nesta tarde à medida que investidores digeriram dados mistos dos Estados Unidos e alinhavam expectativas para o aperto monetário do Federal Reserve (Fed). Contudo, o índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, não conseguiu sustentar parte dos ganhos e encerrou o dia abaixo dos 100 pontos.

Por volta das 17h (de Brasília), o dólar avançava a 138,97 ienes. O índice DXY fechou em alta de 0,10%, a 99,941 pontos, embora tenha registrado máxima intraday de 100,105 pontos.

O dólar ganhou força ao longo da tarde, após operar sem encontrar direção única durante boa parte da manhã. A volatilidade da moeda americana teve como pano de fundo dados mistos dos Estados Unidos. Hoje, relatórios de vendas no varejo e de produção industrial nos Estados Unidos em junho vieram mais fracos do que o esperado pelo mercado, enquanto o índice de confiança das construtoras avançou em julho em linha com as expectativas.

Para o ING, os dados mistos refletem “sinais encorajadores” de redução da inflação e sustentam a expectativa de que uma possível alta nos juros do Fed em julho seja a última, com o BC americano pausando o aperto monetário em setembro e mantendo as taxas neste nível por alguns meses.

No horário citado, investidores precificavam de forma ampla (97,3%) a chance de alta de 25 pontos-base nos juros em julho, ao intervalo de 5,25% a 5,50%, além de manter majoritária a probabilidade das taxas chegarem à dezembro nesta faixa (59,1%), conforme ferramenta de monitoramento do CME Group.

Em relatório, o Brown Brothers Harriman (BBH) analisa que nos últimos dias a possibilidade de “pouso suave” nos Estados Unidos e o diferencial de juros ante pares europeus teriam pressionado o dólar, beneficiando especialmente o euro e a libra. Mas este cenário deve mudar, alerta o banco. “Nesta semana, comentários de dois dos principais membros hawkish do Banco Central Europeu (BCE) sugerem que o ciclo de aperto pode terminar mais cedo do que o esperado. No Reino Unido, a inflação persistentemente alta provavelmente levará a um ciclo agressivo de aperto do Banco da Inglaterra, o que levará a economia a uma recessão profunda”, avalia o BBH.

Hoje, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Klaas Knot disse que altas de juros pelo BCE além de julho são “uma possibilidade”, mas ponderou que ainda existem muitos dados relevantes entre agora e setembro e, portanto, novas elevações estariam longe de “ser uma certeza”. Os comentários foram realizados em entrevista à Bloomberg. No horário citado, o euro operava estável a US$ 1,1229 e a libra tinha queda a US$ 1,3045.

Entre emergentes, a lira turca renovou mínima histórica frente ao dólar nesta sessão, ao passo em que investidores voltam as atenções para a decisão de juros do BC da Turquia e em meio a negociações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à países do Golfo Árabe em busca de fundos para apoiar a recuperação econômica do país. No horário citado, o dólar subia a 26,95 liras turcas, ante 26,33 liras no fim da tarde de ontem e após atingir 27,09 liras na máxima intraday.

Já o dólar blue operava estável em 520 pesos argentinos no mercado paralelo, devolvendo perdas de mais cedo, conforme dados do jornal Ámbito Financeiro, enquanto investidores monitoram notícias sobre o acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Bloomberg, o presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou que espera um acordo para flexibilizar a reestruturação da dívida com o FMI ainda nesta semana.

Ainda no radar, o dólar caiu a 1,3178 dólares canadenses. Hoje, o Statcan informou que o índice cheio da inflação canadense avançou 2,8% em junho na taxa anual, desacelerando e ficando abaixo da meta do BC do Canadá pela primeira vez desde março de 2022. Contudo, analistas da Oxford Economics apontam que a persistência do núcleo de preços amplia risco de elevações de juros pelo BC, diante de perspectiva de crescimento forte da economia canadense no segundo semestre.

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