A agfintech Culttivo acaba de finalizar a captação de R$ 70 milhões, via FIAgro FIDC, para ajudar os pequenos e médios produtores de café a alavancar e inovar suas lavouras. A captação do FIAgro foi estruturada pela Octante Capital, gestora de recursos independente e com grande expertise no agronegócio, e contou com a participação de bancos, family offices e investidores pessoas físicas.

Maior produtor mundial e o segundo maior mercado consumidor, o Brasil conta atualmente com 330 mil produtores em seu território, segundo dados do Conselho Nacional do Café. Já estimativas da startup dão conta de que a cultura cafeeira necessita anualmente de R$ 60 bilhões para financiar a sua produção.

Gustavo Foz, CEO e cofundador da Culttivo, diz que com o montante captado no FIAgro, a expectativa da empresa é gerar mais de 500 operações de crédito para cafeicultores até o final de 2023. “Hoje 85% dos cafeicultores no país possuem lavouras de pequeno e médio porte e são justamente eles que necessitam da maior parte do crédito. Nosso produto foi criado para dar maior velocidade na obtenção de capital a esse público”, relata Foz.

O empreendedor afirma ainda que o modelo de negócio da agfintech foi criado para que o crédito seja liberado diretamente aos produtores, mas também há a possibilidade de cair na conta de revendas e distribuidoras parceiras, caso eles acessem a Culttivo diretamente por esses players. “Em qualquer uma das situações, a operação de crédito sempre fica vinculada ao cafeicultor. Ou seja, ao disponibilizar os recursos para os agricultores, conseguimos empoderá-los, já que passam a poder escolher onde comprar insumos. Pelo lado dos parceiros, nos tornamos uma espécie de meio de pagamento sem custos, uma vez que não existe coobrigação, e ainda melhoramos o seu fluxo de caixa, balanço, nível de endividamento e risco”, explica.

Segundo Guilherme Muriano, sócio da Octante Capital, a construção de um FIAgro próprio dá fôlego e segurança para a expansão da agfintech, uma vez que a gestão do fundo corrobora com o processo decisório de crédito. “O projeto da Culttivo quebra essa barreira burocrática ao criar um produto designado diretamente para o cafeicultor. Tanto os investidores participantes como a Octante, que é responsável por uma cota grande do fundo, entenderam a importância desse compromisso. O reflexo está no porte do valor levantado”, adiciona.

Empoderamento do produtor de café

Concebida a partir da experiência profissional e profundo conhecimento dos empreendedores Gustavo Foz (CEO), Gabriel Santos (COO), Gilberto Angelo e Guilherme Costa Lima em trading de café, ciclo das commodities e mercado financeiro, a agfintech foi fundada em 2020 com o propósito de empoderar o pequeno e médio produtor de café, desburocratizando seu acesso ao crédito, por meio da tecnologia. Dentro desse cenário, a Culttivo já concedeu mais de R$ 70 milhões em empréstimos, atingindo um montante médio de R$ 400 mil por cafeicultor, com 100% de adimplência das operações até o momento.

Vale ressaltar ainda que a startup está presente nas principais regiões cafeeiras do país (SP, MG, ES e BA). Tal estratégia possibilita que seu portfólio tenha um risco climático distribuído em diferentes microclimas, fator que gera segurança para os investidores do FIAgro.

Segundo Foz, o grande diferencial da startup é o fato de permitir uma oferta de crédito justa, de acordo com o tamanho, produção e estoque de cada produtor de café. Para realizar o processo de forma certeira, a companhia utiliza técnicas avançadas como o sensoriamento remoto e monitoramento via satélite, que ajudam a analisar as condições do terreno e da lavoura, identificando a capacidade e expectativa de produção, os custos para cada cafeicultor individualmente, condições climáticas e as questões ESG.

O empreendedor reforça ainda que as soluções tecnológicas desenvolvidas pela Culttivo foram criadas para avaliar automaticamente o crédito do produtor de café, e hoje já possuem integração com diversos cartórios para o registro das garantias, permitindo que todo o procedimento de solicitação e contratação seja feito 100% online. “O produtor recebe o seu limite de crédito em até três dias, uma experiência muito melhor em relação aos bancos tradicionais, que normalmente praticam um prazo superior a três meses”, completa.

Crédito verde – Gustavo Foz revela também que toda solicitação de crédito passa por uma análise socioambiental extremamente detalhada. Isso ocorre para que produtores com histórico de desmatamento ou envolvimento com trabalho análogo à escravidão não sejam financiados. “A Culttivo zela pelas políticas de ESG. Não fazemos negócios quando há qualquer pendência neste sentido”, conclui.

Sobre a empresa – A agfintech Culttivo nasceu da união de experientes profissionais do agronegócio com intuito de utilizar as mais sofisticadas ferramentas do mercado para atender a cadeia do café. A startup oferece aos produtores rurais limite de crédito em até três dias e livre de burocracias desnecessárias. Além disso, está aliada a importantes conceitos de sustentabilidade para o agronegócio. Desde de 2020, já concedeu mais de R$ 70 milhões em empréstimos aos cafeicultores.

(Material enviado pela Agência Motim/João sales)