Começamos com uma meta para então tomar as decisões. A liberdade é um valor inerente ao ser humano. Desde os primórdios da sociedade, buscamos a autonomia para fazer nossas próprias escolhas e viver de acordo com nossos princípios. Contudo, o contra intuitivo é visto nas ruas com diversas pessoas fugindo deste ideal. 

Olhamos hoje a paixão por certas figuras, ideias e opiniões, contudo a decisão muitas vezes é usada como um atalho ou bengala para fugir da liberdade de pensamento. O valor em ser livre está em empoderar-se de conhecimento, em aceitar as diversidades que muitas vezes afastam quem tem medo da opinião própria. Sem medir consequências acaba entrando na famosa falácia “prefiro errar com todo mundo do que estar certo sozinho”. 

O viés da confirmação, a busca por informações para confirmar a hipótese, também inibe a sua identificação de risco. A solução para isso está direto no Clube Acionista, onde oferecemos o consenso do mercado com as tendências do momento. Quando se trata de decisões políticas monetárias, ao qual engloba a gestão da moeda, das taxas de juros e da inflação. Lidamos com o impacto direto nas vidas das pessoas, no poder de compra, na estabilidade financeira e na economia como um todo.

O complexo virou popular

No dia a dia, vemos um tema complexo se tornar popular e surgirem “especialistas” por todos os cantos. Além de pessoas absorvendo uma manchete, um vídeo de 30 segundos ou até cansar e deslizar o dedo, tomar ciência de uma informação acreditando que aquilo é uma verdade absoluta. Com ideias distorcidas, a opinião é formada acreditando que o “líder” está certo. 

Estamos finalizando o primeiro semestre do ano, ao longo deste período muitos fugiram da Bolsa, alguns compraram dólares nas alturas e outros tantos achando que hoje estaríamos em pleno caos. Deixaram de entrar no mercado por posicionamentos ideológicos e utopias radicais que não se traduzem às demandas de uma sociedade atual. Por incrível que pareça, os pólos se encontram nas mesmas atitudes, tendo o populismo como algo em comum. 

O mundo não é 8 ou 80, vivemos em ciclos 

A contradição e os pontos em comum se manifestam de forma recorrente, muitas vezes provando que ideias são complementares e não pólos opostos. Enquanto um grupo pode clamar por uma intervenção maior do Estado na economia, pedindo por políticas expansionistas que aumentem o gasto público e estimulem o crescimento, também criticam o aumento do preço da gasolina, do alimento, etc. Assim como, ao mesmo tempo, critica o aumento da dívida pública e exige uma política fiscal mais austera. Essas posturas incoerentes dificultam o desenvolvimento de uma política monetária eficaz e consistente.

Agora, novamente os dois lados se unem contra o “cidadão que toma as decisões”, claro, falo de Roberto Campos Neto. Todos acham que ele está errado, a mídia aproveita aqueles que desconhecem das consequências para dar alarde aos ansiosos e aqueles que se “dizem” especialistas.

A falta de coesão coloca as preferências pessoais em uma abordagem contraditória. Você sabia que taxas de juros é um instrumento de oferta de moeda? E pelo básico da lei de oferta e demanda, quanto mais moeda disponível nas ruas maior o preço das coisas, ou seja, mais a chance de uma inflação? Você está disposto a pagar mais caro pelos itens nas ruas? Bom, quando observo o seu alarde por menos juros em um período que ainda não se alcançou o objetivo (inflação na meta), entendo que você está confortável com o preço atual das coisas e preparado para um potencial aumento dos mesmos.

Então, vem o esperto e me diz sobre o paraíso dos rentistas, tema ao qual concordo e também acho que deveríamos ter mais dinheiro aplicado em negócios que geram empregos e não presos na exuberância da renda fixa. Contudo, volto a perguntar: o momento é adequado para fazer as classes mais baixas pagarem caro pelo produto básico? O país está em condições para isso? Qual a real preocupação do “especialista” que você segue?

Foco no objetivo: alcançar a meta

O presidente do Banco Central é um funcionário público ao qual lhe é dado um objetivo, demando pelo Conselho Monetário Nacional, de perseguir uma meta inflacionária. Ou seja, ele segue indicadores e evoluções econômicas no intuito de levar a oferta de dinheiro em níveis equilibrados para que nossa economia possa crescer. Não existe malvado nessa história, e sim a execução de um trabalho, que também não foi decidida por ele – essa é a função do cargo. 

Conforme relatório FOCUS desta semana a projeção do IPCA para 2023 passou de 5,12% para 5,06% e a cada semana essa projeção apresenta reduções. Já existem modelos que encontram uma inflação oficial projetada para 4,9% para este ano. Juntamente com a Ata divulgada nesta semana citando a necessidade de “aumentar a confiança no processo desinflacionário”. Ou seja, estamos quase chegando e “o cidadão que toma as decisões” pode ser o funcionário do ano por cumprir a meta de seu trabalho em cenário que ninguém esperava que poderia acontecer.

Claro, tudo isso deriva de fortes consequências em que políticos estarão com limitações de entregar suas promessas e muitas empresas despreparadas sofrendo o impacto. Afinal, menos dinheiro nas ruas (alta taxa de juros) é menos consumo e menos crescimento. 

O controle inflacionário, deriva principalmente do atual patamar da Selic, ajudando na popularidade do atual presidente. Pois inflação mais baixa e uma taxa básica de juros com boas chances de iniciar o ciclo de queda de forma saudável pode dar sustentação para um crescimento próspero no futuro. Assim, juntando o desemprego baixo, inflação comportada, evolução das empresas e investidores mais ricos.

Com base no cenário acima, não me surpreenderia ver o Brasil com uma meta de inflação alcançada neste ano. Bem como, Selic de um dígito e Ibovespa acima de 150 mil pontos em 2024. Alcançar uma verdadeira liberdade econômica está em superar a incoerência de colocar no seu dia a dia personagens antagonistas. Ao invés de apegar-se a um único especialista, observe as diferentes opiniões no Clube Acionista em busca por princípios sólidos e em uma visão de longo prazo, antes de definir quem será o seu “malvado favorito”.

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