México: produção industrial (setembro)
- A produção industrial de setembro do México veio abaixo da expectativa, mantendo cenário de deterioração da atividade. A atividade industrial contraiu 1.8% y/y, ante expectativa de -1.7%.
- Quando ajustado para efeitos de calendário, a queda foi de 1.9% (comparado a -0.85% em agosto).
- Na comparação mensal (ajustando para sazonalidade), houve estabilidade, frente a expectativa de que houvesse avanço de 0.3%. E, no ano, a queda acumulada é de 0.5%. Apenas construção mostra recuo no acumulado do ano (-10.5%), com mineração tendo conseguido reverter a queda nos últimos dois meses e manufatura mantendo o avanço observado no período recente.
- Se em agosto tínhamos visto uma composição diferente da mostrada ao longo desse ano (em agosto, houve queda da produção industrial puxada por queda de manufatura e com melhora dos setores de mineração e construção), a leitura desse mês mostra uma reversão ao “normal”: manufatura segue avançando, puxada, em grande parte, pelos EUA, construção continua em franca deterioração (apesar da base fraca do final do ano passado, que começa a fazer efeito) e mineração mostra alguma estabilização, parando de piorar, embora ainda em patamar bastante deprimido.
- De modo geral, o cenário continua sendo extremamente desafiador para a indústria mexicana, especialmente se levarmos em consideração que uma possível desaceleração da atividade norte-americana pode adicionar pressão baixista no futuro.
EUA: NFIB (outubro)
My take:
- NFIB surpreendeu marginalmente para cima, o que ajuda a retirar parte das incertezas mais imediatas da economia americana.
- No entanto, é evidente que os indicadores internos do índice mostram somente um grau de atividade estável, sem apontar para uma retomada na aceleração do crescimento (o que é consistente com o cenário de elevada incerteza política e comercial).
Comentários:
- Confiança de pequenos negócios medido pelo NFIB vem marginalmente acima do esperado em 102.4 (esperado: 102.0; anterior: 101.8). As médias móveis de três, seis e doze meses seguem em clara retração e claramente no low do range que se instaurou após a eleição de Trump.
- Por dentro do índice, destaca-se nova queda em “Job openings hard to fill” caindo ao menor patamar do ano, comportamento confirmado pela evolução das médias móveis, o que demonstra que possivelmente o mercado de trabalho não está tão apertado quanto o sugerido pela taxa de desemprego.
- Por outro lado, em indicadores forward looking, vale ressaltar o comportamento de “Good Time to Expand”, que tinha avançado no começo do ano com a virada de tom do FED de 04/01/2019, mas que voltou a contrair por conta das incertezas em termos de Guerra Comercial e política interna americana (impeachment e eleição).
- Crédito segue como um problema para pequenos negócios. Apesar de “Credit Conditions Regular Borrowers” voltar para próximo do low registrado ao longo de toda década, as médias móveis ainda não apresentam uma retração consistente com o alto grau de acomodação que preponderou até o final de 2017 e que foi essencial para o impulso monetário ao crescimento (o que provavelmente é consequência das condições financeiras estarem mais apertadas do que estavam ao final de 2017 e da defasagem entre o easing observado desde o final do ano e o impacto de fato nas condições de crédito).
- Relevante notar também que o “Uncertainty Index” apresentou elevação no mês e que a MM12M apresenta claro avanço ao longo do ano.
Felipe Seiter
Estrategista do banco digital Modalmais
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