Veja a análise da XP referente a Vulcabras (VULC3) que entrou na Carteira Top Small Caps de junho. Dessa forma, a companhia foi escalada para ocupar a posição deixada pelo Grupo Mateus (GMAT3).
De acordo com a XP, em maio, as ações da VULC3 superaram Ibovespa, possivelmente explicado por mais um resultado sólido divulgado no primeiro trimestre, com um EBITDA acima das expectativas em 7,6%. A equipe de analistas está otimistas em relação à empresa, pois:
(i) acreditam que ainda há muito espaço para o crescimento da penetração de calçados esportivos;
(ii) a VULC3 bem posicionada para capturar essa tendência, devido ao seu portfólio icônico de marcas com diferentes posicionamentos de preço e propostas de valor;
(iii) sua pesquisa e desenvolvimento (P&D) e menor tempo de lançamento são diferenciais importantes em relação aos concorrentes;
(iv) existem riscos de alta devido a potenciais novos acordos de licenciamento; e
(v) consideram que ela está sendo negociada a um valuation atrativo, com múltiplo de 6,8x para 2024.
Tendências estruturais no esporte impulsionando o crescimento
“Esperamos que os brasileiros adotem cada vez mais hábitos saudáveis, como a prática de esportes, para melhorar a saúde física e mental. Uma vez que apenas 26% dos brasileiros praticam algum tipo de esporte, em comparação com mais de 50% nos Estados Unidos e Reino Unido, e 37% na China. Vemos a Vulcabras bem posicionada para capturar essa tendência, graças ao seu diversificado portfólio de marcas e ampla variedade de produtos. Com tecnologias de ponta a preços competitivos em relação às multinacionais. Além disso, a empresa oferece opções de calçados de entrada (com Olympikus oferecendo produtos com o menor preço, por volta de R$230), o que a torna uma escolha interessante, especialmente levando em consideração o poder de compra limitado dos brasileiros“. Afirmaram os analistas da XP.
Aumento na penetração de calçados esportivos
Conforme o relatório da XP, embora o Brasil seja o quinto maior produtor de calçados do mundo, a demanda doméstica ainda está atrás dos concorrentes internacionais, com um consumo de 3,1 pares per capita (em comparação com 5,1 nos Estados Unidos e 3,3 na China), com uma forte concentração no uso de chinelos (cerca de 50%).
Os analistas estimam que o consumo per capita de calçados esportivos esteja em cerca de 0,45 par atualmente, em comparação com 4 a 5 pares em países desenvolvidos.
“Embora vejamos desafios macroeconômicos para diminuir essa diferença, acreditamos que ela possa ser reduzida gradualmente, com nossa projeção sendo de alcançar 0,75x no longo prazo”. Ressaltaram os analistas.
Capacidade de P&D e menor tempo de lançamento como diferenciais-chave
Segundo a XP, a VULC3 conta com um robusto centro de P&D onde desenvolve novos produtos e compostos. Todavia, a Olympikus recentemente lançou o “Corre Grafeno”, o primeiro tênis de corrida com placa de grafeno do mundo, e a Vulcabras é a única empresa capaz de produzir os tênis com tecnologia UA HOVR da Under Armor fora da Ásia.
Além disso, seu tempo de lançamento muito mais curto de 4 a 6 meses, em comparação com os principais players globais, também é uma vantagem competitiva. Assim, permitindo que ela se adapte rapidamente às últimas tendências dos consumidores, além de manter os estoques dos varejistas em níveis reduzidos.