Ao encerrar o mês de maio, nos aproximamos do marco da metade do ano, marcado por intensas movimentações no cenário financeiro. A Economatica compilou informações relevantes sobre a performance de ações, índices de renda fixa e variável em março, oferecendo um panorama de sua performance dentro do ano de 2023.
Analisando os 23 índices da B3 relacionados às ações, todos apresentaram fechamento positivo em maio. O Ibovespa (IBOV), o principal índice de ações do Brasil, registrou um crescimento de 3,74% em maio de 2023. Apesar disso, ele ainda acumula uma queda de 1,28% ao longo do ano.
Destaca-se o índice do setor imobiliário, que registrou uma ascensão considerável de 26,81% em 2023, com 17,11% deste aumento ocorrendo apenas em maio. Este índice é constituído pelos setores de atividade imobiliária, que incluem a exploração de imóveis e a construção civil.
O índice small caps, composto por empresas de baixa capitalização, também apresentou um excelente desempenho no mês, acumulando uma alta de 13,54%. Ele é seguido pelo setor de consumo, que teve um aumento de 12,26%. Parte desse desempenho pode estar associada a uma perspectiva de redução da taxa de juros, o que tende a beneficiar empresas do setor de consumo, sobretudo de varejo, e de baixa capitalização.
No que diz respeito à performance anual, o índice imobiliário permanece como a melhor performance, seguido pelo índice de BDRs, que inclui papéis de grandes empresas estrangeiras, como Apple (APPLE34), Microsoft (MSFT34), Alphabet (M1TA34) e Amazon (AMZO34). Por outro lado, o índice de materiais básicos, composto majoritariamente por empresas de commodities, registrou a pior performance do ano até agora, com um acumulado de -11%, seguido do IBRX50, índice de governança corporativa, e do próprio IBOVESPA, ambos operando negativamente neste ano.
Em relação aos índices de renda fixa, que são constituídos por carteiras teóricas formadas por títulos públicos, debêntures e outros ativos da mesma classe, eles servem como referência para menor volatilidade quando comparados aos índices de ações. Em março, a melhor performance foi do IMA-B 5+, que acumulou +4,13% no período. Este índice é formado por títulos públicos indexados à inflação IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B) com vencimento igual ou acima de cinco anos. Em segundo lugar, temos o IDA IPCA, com +3,57% no mês, que é um índice que espelha o comportamento de uma carteira de dívida privada (debêntures), muito utilizado por gestores de renda fixa e crédito privado para balizar o mercado desse tipo de ativo. O CDI apresentou uma performance de 1,06%, acima do marco de 1% ao mês almejado pelos investidores, e no ano acumula +5,32%.
Através da consolidação dos principais índices em uma análise de performance mensal ao longo dos últimos 12 meses, é possível observar as oscilações nas classificações. O índice de energia elétrica demonstra uma certa estabilidade, mantendo-se consistentemente no meio do ranking observado. Por outro lado, o índice de consumo, um dos destaques do mês, mostra uma maior dinâmica, com variações mais significativas em relação aos demais índices. Destaca-se ainda o CDI, que, apesar de ocupar a quarta posição no ranking anual, vem apresentando uma tendência de queda desde janeiro de 2023, quando ocupava a primeira posição.
Já em relação às ações, em nosso estudo consideramos uma amostra de 151 empresas que atenderam ao critério de um volume médio diário superior a 10 milhões, com o objetivo de excluir empresas com baixa liquidez e cujo retorno possa ser influenciado por esse fator. Dentro dessa amostra, 119 empresas, ou aproximadamente 74%, performaram positivamente no último mês, e 94 ações dessas empresas estão no positivo no ano.
A empresa com a melhor performance no mês foi a Yduqs Participações (YDUQ3), atuante no setor de educação, com 73,28% de alta em maio, acumulando um crescimento de 38,35% no ano. Ela foi seguida pela C&A Modas (CEAB3), que teve um crescimento de 65,4% no mês e mais que dobrou o valor de suas ações no ano de 2023, com uma valorização de 100,87% no período observado. A Azul (AZUL4), atuante no setor de transporte aéreo, teve um aumento de 55% no mês, e a Dexco, antiga Duratex, que atua no setor de revestimentos e madeiras, registrou uma valorização de 50% no mês.
Em contraste, empresas como a Gafisa (GFSA3), do setor de construção civil, sofreram no período, com uma queda de 13,79% no mês e uma perda de 50% de seu valor de mercado neste ano. Seguem a Cielo (CIEL3) com uma queda de 13,36%, Assai (ASAI3) com -12,53% e Petroreconcavo (RECV3) com -12,45%, todas em maio.
Em uma janela anual, a Americanas (AMER3) foi a empresa que teve a pior performance após um escândalo contábil no início do ano, com uma queda de 88,81%. Ela foi seguida pela empresa CBA, que atua no setor de alumínio, com -51,82%, a já mencionada Gafisa e a Sequoia Log (SEQL3), atuante no setor de logística, com -48,81% no período.
Por fim, considerando a performance mensal por setor econômico, utilizando a classificação mais abrangente da própria B3, o setor de consumo cíclico apresentou a melhor mediana dos retornos entre as 33 empresas analisadas, com 22,8%. Em seguida, vieram os bens industriais, com 17,8%, e a tecnologia, com 11,8%. Já os materiais básicos, sobretudo ligados às commodities, apresentaram uma queda de 1,2% na mediana setorial no ano.
A Economatica oferece uma visão consolidada, setorial e individual dos dados, fundamentada nas informações publicadas por todas as empresas nas fontes primárias e oficiais. Isso permite aos analistas uma consolidação de dados eficaz para aprofundar as análises dos setores e empresas, possibilitando tomadas de decisão mais rápidas, precisas e embasadas.
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