Foto/Divulgação: Débora Montibeler, consultora de projetos em diversidade, e Thalita Gelenske, CEO e fundadora da Blend Edu.
Empresa que reconhece a diversidade e promove a inclusão não faz favor nenhum para ninguém. Primeiro, porque devolve à sociedade os benefícios que dela toma para o seu desenvolvimento e, segundo, porque as políticas afirmativas melhoram a percepção da organização junto a todos os seus stakeholders – inclusos, naturalmente, consumidores e acionistas, elevando o seu score de reputação e performance.
Recém-divulgado, o relatório “Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e Tendências para 2023” aponta que 95% dos programas de diversidade de companhias brasileiras priorizam o gênero, seguido de etnia (89%), LGBTQIAP+ (86%) e deficientes (82%). Realizado pela Blend Edu, startup de HR tech e ESG tech (automação e consultoria respectivamente), o trabalho envolveu 117 organizações, de 34 diferentes setores, apurando que 77% das companhias nacionais colocam o engajamento dos seus colaboradores na criação de uma cultura inclusiva como foco principal da área. Na edição anterior (de 2020) a pesquisa apurou a existência de 63% dessas intenções, demonstrando aumento de 14 pontos percentuais.
Este resultado indica que as empresas nacionais estão mais preocupadas em impactar positivamente os seus profissionais e reter talentos, por meio da construção de um ambiente cada vez mais saudável e diverso – constata Thalita Gelenske, CEO e fundadora da Blend Edu. E acrescenta: “Pouco a pouco as companhias reforçam os comportamentos desejados e os comportamentos não tolerados, tangibilizando os valores que moldam a cultura corporativa”.
Como se vê, a transformação cultural vai se consolidando no tempo, com o conceito de responsabilidade social corporativa (acelerado nos anos 1970); a criação do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial (dezembro de 2005) reunindo 69 ações, de 69 companhias de 27 setores, que neste ano somam R$ 1,7 trilhão – apurado no fechamento de janeiro último da B3). A Política de Responsabilidade Socioambiental e de Governança da Bolsa de Valores do Brasil, expressa em 2021, com a sua respectiva Superintendência de Sustentabilidade é um exemplo bem acabado desse processo de transformação.
Um processo que, aliás, ganha um reforço peso pesado com a mobilização do Observatório da Diversidade na Propaganda (ODP) e a força da mensagem publicitária, noticiados pelo veículo Meio & Mensagem ao reportar o compromisso de “acelerar a representatividade da demografia brasileira, proporcionalmente, nas agências de publicidade e propaganda do País em cinco anos”. O lançamento das metas setoriais ocorreu dia 27 último, em São Paulo.
Some-se a isto o ODS 5 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU), que trata da Igualdade de Gênero; a pesquisa do Instituto de Governança Corporativa (IBGC) que tratamos na edição anterior desta Coluna e o trabalho sério de Robert Juenemann, titular da coluna Diversidade&Inclusão deste Portal e que foi eleito representante dos minoritários no Conselho do Banco do Brasil, neste último mês de abril.
Como se diz em jornalismo, “não dá para brigar com os fatos”. Portanto, a organização que ainda resiste às transformações precisa rever seus conceitos com urgência, enquanto ainda há (pouquíssimo) tempo.
INSERÇÃO
Com o propósito de reunir orientações específicas aos Conselhos para apoiar o processo de internacionalização das companhias brasileiras, o Instituo Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) acaba de lançar a publicação “O Papel do Conselho no Processo de Internacionalização de Empresas Brasileiras”.
“As empresas latinas, especialmente as brasileiras, têm histórico tímido de internacionalização, considerando o alto nível de regulação que acontece nesses países e o próprio tamanho, no caso do Brasil que, por sua dimensão, reduz a necessidade de expansão dos negócios além dos limites nacionais”, afirma Pedro Melo, diretor geral do instituto.
PACTO GLOBAL
Ana Fontes, uma das mulheres mais influentes do Brasil, líder da Rede Mulher Empreendedora e reconhecida pelas revistas Forbes e TIAW (The International Alliance for Women), foi eleita para o Conselho de Administração do Pacto Global da ONU no Brasil. Ela, que atuará como VP, estará junto de Rachel Maia (presidente do órgão) e um timaço que tem ainda Carlo Linkevieius Pereira como como diretor executivo.
PETRO
Maurício Tolmasquim foi eleito diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, pelo Conselho de Administração. Ele coordenará as atividades da companhia para a descarbonização / mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade.
Figura conhecida – e respeitada – na área de energia, o professor da COPPE/UFRJ atuava como gerente executivo de Estratégia da Petrobras desde o final de março, contribuindo com os planos plurianuais de investimento e planejamento.
ITAIPU
Em tupi-guarani, Itaipu é a “pedra que canta” ou, ainda, “pedra na qual a água faz barulho”. É neste local, fronteira entre Brasil e Paraguai que se ergueu a gigante hidrelétrica, pelo Tratado Binacional assinado há exatos 50 anos.
Para o diretor-geral brasileiro, Enio Verri, o Tratado de Itaipu é um símbolo genuíno de cooperação entre dois países e um marco histórico para a diplomacia latino-americana.
GERAÇÃO
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh.
Em 2022 foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai.
FERTILIZANTES
A Atlas Agro anuncia a construção de uma fábrica de fertilizantes, em Uberaba (MG), no valor de US$ 850 milhões de dólares (aproximadamente R$ 4,3 bilhões). As obras deverão ser iniciadas em 2024, com término previsto para 2027. O projeto integra o plano estratégico da companhia de ser pioneira na descarbonização da indústria de fertilizantes no Brasil.
A organização tem planos de construir entre sete e nove plantas de fertilizantes nitrogenados verdes no Brasil, “ajudando a reduzir a dependência dos importados no país”. De acordo com Knut Karlsen, co-fundador e CEO da Atlas Agro para América Latina, o Brasil atualmente compra 85% dos fertilizantes que utiliza, mesmo sendo “um país que é uma das maiores potências do agronegócio no mundo; cujo montante equivale a mais de US$ 8 bilhões em importações”.
NITROGENADOS
Os fertilizantes produzidos a partir de fontes fósseis, como o gás natural, emitem mais de 1 tonelada de CO2 equivalente para cada tonelada do fertilizante produzido, enquanto os fertilizantes nitrogenados, produzidos a partir do hidrogênio verde, são livres da emissão de carbono em sua produção – diz a Clean Energy Latin America, parceira da Atlas na empreitada.
4ª REVOLUÇÃO
E por falar em práticas agrícolas… Luiz Laranja, CEO da Caaporã/NoCarbon e ex-professor da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que vivemos a quarta revolução agrícola na história: “A primeira foi espontânea, há 10 mil anos, a segunda veio com a mecanização promovida pela revolução industrial, a terceira foi a química e, agora, a quarta é biológica”.
Ele integrou a primeira cúpula de investimentos batizada de “Natura-based Solutions Investments Summit”, promovida pela Capital for Climate (C4C), dia 25, em São Paulo, em que se discutiram os meios para a meta de descarbonização global (de limitação do aquecimento de 1,5ºC, até 2050, conforme níveis pré-industriais).
COMPETITIVO
Ainda sobre o evento acima, cabe destacar que foi citado o mercado de carbono, cuja tonelada de CO2 custa US$ 50, mas tem um jeito mais eficaz de se resolver esta equação no combate aos Gases do Efeito Estufa (GEE): as soluções baseadas na natureza (NbS, em inglês), “três vezes mais econômicas” – aponta Tony Lent, da C4C.
Edmar Resende, da Agrivalle, frisou que “os bioinsumos são extraordinários, porque além de mais rentáveis ao produtor, facilitam na obtenção de crédito”. Carina Pimenta, do Ministério do Meio Ambiente, e Raquel da Costa, do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) também apoiaram as propostas debatidas.
No caso da primeira, ela afirma que as NbS são transversais, abrangendo outros ministérios como Ciência&Tecnologia e o da Indústria e Comércio, entre outros, e que aprecia a ideia de se criar um ecossistema, de forma conjunta, buscando um caminho sustentável.
FINANÇAS VERDES
A Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) promoverá, no próximo dia 25, um evento inédito naquele Estado sobre “Finanças Verdes” – discutindo créditos de carbono, green bonds e legislação (direito tributário, contabilidade ambiental etc).
Presidida por Adriana Maugeri, a AMIF tem parceria do escritório William Freire Advogados para o evento, que acontecerá em Belo Horizonte. Inscrições, gratuitas, pelo email [email protected]
PETZ 2
Com experiência no mercado varejista, e mais de 60 unidades espalhadas pelo Brasil, as Lojas 1A99 completam 25 anos e planejam expansão. À frente do Conselho de Administração estão Gregory Louis Reider (consultor sênior da Warburg Pincus, gestora global de investimentos em Private Equity e acionista controlador da Pet Center – Petz) e Claudio Roberto Ely (também Warburg Pincus e membro do Conselho da Petz).
Todo o processo de mudança dessa “Petz 2” está sendo construído de um modo semelhante à Petz – primeira companhia do setor de Pet Shop a abrir capital, na B3 (setembro de 2020).
CYBER
O Brasil registrou aumento de 37% no número de ciberataques no último trimestre de 2022, segundo levantamento da Checkpoint Software. Entre os tipos mais comuns estão: roubo de identidade, dados, fraudes e extorsão; detecção de senha; violação de acesso; Infiltração de sistema, navegadores web e privados; roubo de propriedade intelectual ou acesso não autorizado.
Esse tipo de ataque desabilita computadores, roubando seus dados e violando o sistema, normalmente com os vírus malware, phising e ransomware entre outros. Companhias de varejo como Magazine Luiza e Mercado Livre, por exemplo, são alvos escolhidos pelos criminosos, mas não custa tanto assim empresas de outros setores se protegerem.
ANNUAL REPORT
A 25ª edição do Prêmio Abrasca Melhor Relatório Anual, contemplando relatórios do exercício de 2022 e distribuídos neste ano de 2023, continua com as inscrições abertas.
As categorias são Companhias Abertas, Companhias Fechadas e Organizações Não-Empresariais. Existem também existem cinco menções honrosas aos Destaques em Análise econômico-financeira; Aspectos socioambientais; Estratégia e investimentos com foco em inovação; Estrutura de Gestão de Risco, Controles Internos e Compliance; Governança Corporativa.
O Prêmio, tradicionalmente apoiado pelo Portal Acionista, recebe inscrições pelo email [email protected]